Novos cardeais. Pandemia afeta celebrações do consistório
27-11-2020 - 19:39
 • Aura Miguel

O Papa Francisco cria 13 novos cardeais este fim-de-semana, mas dois deles participam online.

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Devido à pandemia e aos riscos de contágio por Covid-19, o Vaticano viu-se obrigado a alterar as celebrações festivas que habitualmente reúnem em Roma fiéis das dioceses e amigos dos novos cardeais que vão ser criados este fim-de-semana.

Desta vez apenas uma centena de pessoas poderá entrar na basílica de São Pedro e sem as tradicionais “visitas de cortesia” para saudar os novos membros do colégio cardinalício, depois da celebração. Impedidos de chegar a Roma, devido às normas sanitárias dos seus países, contam-se os cardeais Cornelius Sim, vigário apostólico do Brunei e José Advincula, arcebispo de Capiz nas Filipinas. Um representante do Santo Padre entregar-lhes-á, nos respetivos países, o barrete, o anel e a bula com o título cardinalício.

A celebração do consistório inclui dois atos solenes, na Basílica de São Pedro. Neste sábado, pelas 16 horas (15h em Portugal continental) o Papa impõe aos cardeais o barrete, o anel e o respetivo título e no domingo de manhã Francisco celebra missa com os novos cardeais, mas sem o habitual abraço da paz.

Dos treze novos cardeais nove podem votar num eventual conclave, por terem menos de 80 anos, e dois são membros da cúria, incluindo o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, o italiano Marcello Semeraro e o secretário geral do Sínodo dos Bispos, o maltês Mario Grech.

Além dos arcebispos do Brunei e das Filipinas, a lista inclui o arcebispo de Kigali, no Ruanda, Antoine Kambanda; o arcebispo de Santiago do Chile, Celestino Aos Braco; o arcebispo de Washington D.C., Wilton Gregory; o guardião do convento de Assis, Mauro Gambetti, e o arcebispo de Siena, em Itália, Augusto Lojudice.

Entre os maiores de 80 anos, que estão à partida excluídos de poder participar num conclave, contam-se o arcebispo emérito de San Cristóbal de las Casas, Felipe Arizmendi Esquivel; o ex-núncio apostólico e observador nas Nações Unidas, Silvano Tomasi; o ex-diretor da Caritas de Roma, Enrico Feroci e o pregador da Casa Pontifícia, Raniero Cantalamessa. Este último, franciscano capuchinho, pediu ao Papa a dispensa de ordenação de bispo e explicou as razões do seu pedido. “Primeiro, porque desejo ser frade capuchinho até à morte e a ordenação episcopal afastar-me-ia da minha Ordem. A segunda razão é que o episcopado não é um mero título honorífico, mas uma consagração para o serviço e aos 86 anos já não conseguiria assumir tarefas desse género”, afirmou.