O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, vai comparecer no Parlamento Europeu para responder a perguntas sobre a utilização da maior rede social do mundo para influenciar eleições.
“O fundador e diretor executivo do Facebook aceitou o nosso convite e vai a Bruxelas, o mais breve possível, talvez já na próxima semana”, anunciou esta quarta-feira Antonio Tajani, o presidente do Parlamento Europeu.
Mark Zuckerberg vai prestar esclarecimentos aos líderes dos grupos partidários e aos membros da comissão das liberdades civis.
“Aplaudo a decisão de Mark Zuckerberg de comparecer perante os representantes de 500 milhões de europeus. É um passo na direção certa para restaurar a confiança”, sublinha o presidente do Parlamento Europeu.
Em causa está o escândalo da Cambridge Analytica, uma empresa de consultadoria que utilizou ilegalmente dados de milhões de utilizadores do Facebook a favor da candidatura de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Facebook apagou 583 milhões de contas falsas e 21 milhões de mensagens de cariz sexual
O Facebook anunciou esta quarta-feira que apagou no primeiro trimestre do ano 583 milhões de contas falsas, enquanto afirma ter "tomado ação" contra 21 milhões de mensagens que continham nudez ou eram de cariz sexual.
É a primeira vez que o Facebook divulga um relatório sobre "moderação de conteúdo", em que foram visadas também 2,5 milhões de mensagens com "discurso de ódio", um aumento de 56 por cento em relação ao último trimestre de 2017.
Foram apagadas ainda 3,4 milhões de mensagens com "violência gráfica" e 1,9 milhões de mensagens consideradas como "propaganda terrorista".
Mas a maior fatia de mensagens apagadas tem a ver com publicidade indesejada ('spam'), responsável por 837 milhões de mensagens.
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, tinha declarado perante o Congresso norte-americano que pretende num prazo de dez anos que a rede social conte com inteligência artificial para apanhar mensagens de ódio.
No entanto, para já, as mensagens classificadas como discurso de ódio foram denunciadas por utilizadores do Facebook.
Zuckerberg afirmou que até ao fim do ano seriam contratados mais 5.000 moderadores para juntar aos cerca de 15 mil que já trabalham na deteção e remoção de "conteúdo ofensivo".