A Câmara de Lisboa quer contactar diretamente com a Igreja Católica sobre a organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023 e exclui o coordenador nomeado pelo Governo, José Sá Fernandes.
“Quando o presidente da câmara [Carlos Moedas] diz ‘eu agora é que coordeno’, o que está a dizer é que nós não aceitamos mais pretensos coordenadores que não fazem nada e que não ajudam a resolver nada”, disse esta terça-feira o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, em declarações citas pelo portal Sapo24.
“A câmara municipal é que coordena, a câmara municipal é que vai fazer”, sublinha o “vice” de Carlos Moedas, numa reunião da assembleia municipal.
Numa resposta à oposição, Anacoreta Correia declarou que, “realmente, um processo onde há tanta gente, pretensos porta-vozes de projetos que em nada acrescentam, a câmara municipal tomou uma deliberação e seremos nós a coordenar aquilo que depende da câmara municipal com a Igreja, falando com a Igreja, resolveremos estes assuntos”.
O gabinete de coordenação avança à Renascença que José Sá Fernandes não vai estar na reunião que está prevista para os próximos dias, entre a Câmara de Lisboa e a fundação Jornada Mundial da Juventude.
Não estavam à espera de marcar presença na reunião nem causa desconforto, porque não faz parte das suas competências, disse à Renascença fonte do gabinete de coordenação do Governo para a JMJ 2023.
Questionada pela Renascença, a Fundação Jornada Mundial da Juventude não comenta as declarações do vice-presidente da Câmara de Lisboa.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, disse, na segunda-feira, que pediu a revisão dos preços e dos projetos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e que, a partir de agora, vai coordenar "tudo diretamente".
"Eu pedi ainda hoje a todos que olhem novamente para os preços, que olhem novamente para todos os projetos", afirmou o social-democrata à entrada para a Conferência "Poder local, PRR e Descentralização" em Vila Nova de Gaia.