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Portugal entrou esta sexta-feira na terceira fase do desconfinamento, mas a Associação de Hotelaria e Restauração (AHRESP) recorda que sempre que o comerciante tenha contacto direto com o cliente deve usar mascara, seja num café, restaurante, bar ou discoteca.
O mês de outubro traz algum alívio das medidas de proteção contra a covid, mas há situações em que as coisas não mudaram ainda, explica Ana Jacinto, da AHRESP.
“O que está neste momento estipulado é que da parte dos clientes não há ainda obrigatoriedade de usar máscara nos nossos espaços, sejam eles de restauração, bebidas, cafés, discotecas, bares ou alojamento turístico, porém, da parte dos trabalhadores mantém-se a obrigações do uso de máscara. O que é dito na resolução é que os trabalhadores dos restaurantes, cafés, bares discotecas e similares, bem como dos estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, em que necessariamente ocorra contacto físico com o cliente, têm de manter a máscara.”
Mantem-se ainda em vigor a norma da DGS que obriga ao distanciamento de mesas, acrescenta Ana Jacinto.
“Até que esta resolução caia, os distanciamentos têm de ser salvaguardados. Acaba a limitação do número de pessoas por grupo, como sabemos, isso resulta da resolução, não há limitações para que as pessoas que se sentam à mesa, mas há limitações ao nível do distanciamento, que continua a ter de ser salvaguardado. Conciliando as duas regras, obviamente que em muitos dos espaços não será possível trabalhar ainda com a capacidade máxima.”
A secretária-geral da AHRESP lamenta que as medidas sejam transmitidas em pormenor apenas em cima da entrada em vigor, ou mesmo já com as atividades abertas.
“Porque sai sempre de véspera, não é devidamente comunicado nem devidamente explicado, é evidente que há sempre muitas dúvidas, quer da parte dos consumidores, quer da parte dos proprietários dos espaços e dos trabalhadores.”
“Até à data ainda não temos as correções às orientações da DGS, que também implicam com as regras nestes setores, nomeadamente a orientação que se aplica à restauração e que se mantém em vigor. Portanto quando dizemos que já não existem restrições aos espaços, não é verdade. Há necessidade de os estabelecimentos continuarem a salvaguardar os distanciamentos”, salienta.
Ana Jacinto sublinha ainda a preocupação relativa à sobrevivência de muitos empresários, numa fase em que começam a secar os apoios estatais. “Estamos obviamente preocupados com outras questões que têm a ver com a continuidade da sobrevivência destes setores.”
“Se é verdade que os meses de verão, essencialmente o mês de agosto, e este início de setembro, foram meses positivos e interessantes para estes setores, à conta do nosso turismo interno, a verdade é que vamos entrar numa época baixa e estas empresas deixaram de ter a maioria dos apoios que estavam a ter, vão ter custos a 100% e receitas, provavelmente, muito curtas.”
“A retoma está a ser feita de forma muito lenta e os apoios estão a ser retirados”, avisa Ana Jacinto.