O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, avisa que Israel vai enfrentar uma "dura vingança" dos países muçulmanos após o bombardeamento de um hospital de Gaza que matou centenas de pessoas.
"[Israel] Aguarda uma dura vingança às mãos dos países muçulmanos", disse Raisi num discurso durante uma manifestação em Teerão em protesto contra o bombardeamento do Hospital Al Ahli, reportou o portal noticioso Iran Nuances.
"Enfrentarão a ira dos países muçulmanos", acrescentou Raisi, que usava um lenço palestiniano ao pescoço, sublinhando que, com o ataque ao hospital, "começou o princípio do fim do regime sionista".
"Com cada gota de sangue derramada pelos palestinianos, o regime sionista aproxima-se mais um passo do colapso", afirmou Raisi, que acusou os Estados Unidos de serem "um parceiro" de Israel nos crimes que estão a ser cometidos na Faixa de Gaza e de armar o exército israelita com mísseis.
Para o Presidente iraniano, as bombas que caem sobre a população da Faixa de Gaza "pertencem aos Estados Unidos".
O Irão declarou um dia de luto pelo bombardeamento do hospital, um massacre que Israel e as milícias palestinianas se responsabilizam mutuamente.
Milhares de pessoas em Teerão saíram à rua esta tarde para protestar contra o incidente.
Na Praça da Palestina, na capital, ouviram-se gritos de "Alá é Grande", "morte à América" e "morte a Israel".
Terça-feira à noite, milhares de pessoas já haviam protestado na capital, inclusive em frente às embaixadas da França e do Reino Unido.
A República Islâmica do Irão e Israel são inimigos e representam uma ameaça existencial um para o outro, ambos competindo através de uma guerra secreta com ciberataques, assassínios e sabotagens.
Segundo o mais recente balanço emitido pelo Ministério da Saúde do Governo Hamas, que controla o enclave palestiniano, pelo menos 471 pessoas foram mortas no ataque que atingiu um hospital na Faixa de Gaza.
Na noite de terça-feira, e na sequência do ataque, o ministério tinha-se referido a pelo menos 200 mortos, com o Hamas a acusar Israel de responsabilidade por este mortífero ataque ao hospital Al Ahli da cidade de Gaza.
Israel atribuiu, por seu lado, a responsabilidade à Jihad Islâmica, uma outra organização islamita armada de Gaza, que desmentiu.
O Ministério da Saúde do Governo do movimento islamita palestiniano também atualizou o número de vítimas, anunciando que pelo menos 3.478 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, para além de 12.065 feridos.
No ataque do Hamas, foram mortos cerca de 1.400 israelitas, incluindo mais de 300 militares, e sequestradas cerca de 200 pessoas que estão retidas na Faixa de Gaza, para além das centenas de mortos entre os combatentes do Hamas que se infiltraram em Israel.
O conflito já alastrou à fronteira israelo-libanesa, com contínuas trocas de disparos de artilharia e bombardeamentos entre o Exército judaico e a milícia xiita libanesa do Hezbollah. Na Cisjordânia ocupada, e desde 7 de outubro, já foram mortos pelo menos 61 palestinianos, centenas ficaram feridos e efetuadas mais de 700 detenções.