A prolongada crise política e económica na Venezuela está a levar muitos filhos de portugueses a abandonar o país. A situação é relatada à Renascença por Gil Enio Andrade, presidente do Centro Português em Caracas.
A electricidade é racionada, as comunicações móveis são afectadas, a realidade venezuelana é muito controlada na comunicação social. Uma instabilidade está a levar muitos portugueses a procurar outras paragens, sobretudo, os mais jovens. Os países de eleição são os Estados Unidos, Espanha e Panamá.
Agrava-se o racionamento de energia eléctrica em toda a Venezuela, à excepção da capital. O racionamento passa de três para quatro horas por dia, segundo o jornal brasileiro "Estadão".
“Há dificuldades com a internet e com ligações internacionais de telemóveis. Também faltam produtos de primeira necessidade (farinha, açúcar, café, sabão, pasta de dentes)”, confirma Gil Enio Andrade.
Segundo este emigrante, as televisões e as rádios estão a informar pouco sobre a crise no país e o que vai sabendo é pelas redes sociais. Vive-se em Caracas uma calma tensa e quer esta quarta e quinta-feira realizaram-se manifestações anti-Maduro.
O ex-primeiro-ministro espanhol Rodrigues Zapatero está na capital venezuelana. Zapatero propôs a Maduro que libertasse o líder da oposição Leopoldo Lopez.
A Venezuela enfrenta grandes dificuldades económicas: as suas receitas reduziram-se em 70%, tem a inflação mais alta do mundo e uma grave escassez de produtos básicos (comida e medicamentos), tendo também sido decretado um racionamento eléctrico.
A combinação das diferentes crises levou a uma escalada da tensão, que por vezes tem gerado múltiplos confrontos nas ruas, saques a lojas e roubos.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse esta semana
que iria renovar por um ano o "estado de emergência económica" do
país que havia sido inicialmente decretado por um período de 120 dias.