O presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal apelou esta terça-feira aos membros da Assembleia da República Portuguesa que reconheçam a Rússia como "um Estado patrocinador do terrorismo internacional" e que sejam tomadas medidas para prevenir novos ataques.
Em comunicado, Pavlo Sadokha pede também ao presidente da Assembleia da República e aos líderes dos Grupos parlamentares que reconheçam igualmente o Grupo Wagner como uma "organização envolvida em atos terroristas e que sejam tomadas todas as medidas apropriadas para prevenir novos ataques terroristas da Rússia contra a Ucrânia e outros países".
Na segunda-feira, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já tinha feito um apelo aos parlamentos de todos os países da NATO para declararem a Rússia um "estado terrorista" e pediu mais sistemas de defesa aéreos e antimísseis.
Na nota, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal destaca que a "adoção da presente resolução seria um passo importante em direção ao apoio diplomático à Ucrânia, aos seus cidadãos e à restauração da justiça".
Pavlo Sadokha lembra que desde o início da "agressão armada" em fevereiro de 2014, a "Federação Russa tem usado táticas de terror contra a população civil, como o bombardeio indiscriminado de cidades e vilas, o uso de munições proibidas, execuções sumárias para limpeza étnica, detenções arbitrárias, violência sexual, sequestros, deportação forçada e ataques contra civis".
O presidente da Associação destaca igualmente que "alguns dos principais executores dos ataques terroristas contra a população civil iniciados pelo Estado russo são redes militares privadas de mercenários, em destaque entre as quais o Grupo Wagner".
Estatuto para isolar económica e financeiramente
"Atribuir à Rússia o estatuto de Estado patrocinador do terrorismo internacional teria um papel crucial no fortalecimento das sanções, no isolamento económico, financeiro e diplomático da Rússia e na subsequente incapacidade da Rússia de financiar a brutal guerra contra a Ucrânia", é sublinhado na nota.
Para Pavlo Sadokha reconhecer a Rússia como "Estado patrocinador do terrorismo" seria "um forte sinal na opinião pública, desencorajando qualquer apoio público, político e económico" por parte de outros Estados, organizações e negócios comerciais com a Rússia ou "auxiliando-o em esquemas de evasão de sanções".
Na segunda-feira o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, defendeu, numa intervenção por videoconferência na 68.ª sessão anual da Assembleia Parlamentar da NATO, em Madrid, que a Rússia está a levar a cabo uma "política genocida" na Ucrânia, que tem como alvos a população civil ou infraestruturas energéticas e de fornecimento de água, com efeitos similares aos das armas de destruição maciça.
O Presidente ucraniano pediu, por isso, aos parlamentos dos 30 países da NATO que declarem a Rússia como "estado terrorista", à semelhança do que já fizeram Letónia, Lituânia, Estónia, Polónia e República Checa.
Zelensky pediu também a manutenção e reforço das sanções à Rússia por causa "do terror" que está a provocar aos ucranianos, e ajuda para "aumentar a proteção" da Ucrânia, nomeadamente, mais sistemas de defesa área e antimíssil, "em quantidade e qualidade suficientes".