O combate por melhores salários, não apenas o crescimento do salário mínimo, mas também do médio, é uma das prioridades para novo secretário-geral da UGT.
"Uma vez que o peso dos salários no Produto Interno Bruto português se encontra, mais ou menos, em quarenta e quatro por cento, a UGT irá propor e reivindicar que este número se eleve a quarenta e oito por cento até ao términus do presente quadriénio, fazendo assim com que se possa atingir a média europeia, neste capítulo", disse em Santarém.
No seu primeiro discurso, Mário Mourão diz que esse é um combate que tem que ser feito, não contra o Governo mas com o Governo, porque é o Executivo que tem que encontrar os necessários meios.
"O retomar da discussão da valorização dos salários e rendimentos continua a ser uma prioridade" que se torna "ainda mais oportuna e premente, tendo presente os recursos disponíveis para serem aplicados nas mudanças estruturais" da economia.
O novo líder sindical não referiu qualquer referencial, mas deixou claro que neste desígnio de fazer crescer os rendimentos dos trabalhadores, o Governo tem que ser o primeiro a dar o exemplo, em relação aos trabalhadores da Administração Pública.
"O Governo deve assumir, desde logo, a sua responsabilidade, enquanto maior empregador, de uma política de valorização salarial de todos os seus trabalhadores", referiu.
Mário Mourão reafirmou o empenho da central sindical na Concertação Social e fez questão de se dirigir aos representantes do Governo, Confederações Patronais e da CGTP, frisando que não eram inimigos nem adversários. Todos têm um objetivo comum: contribuir para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores.
Face à erosão dos rendimentos dos portugueses por causa da escalada inflacionista que afetam mais fortemente as famílias mais vulneráveis, Mourão anunciou que a UGT vai exigir mais medidas e apoio às empresas e aos portugueses que têm maiores dificuldades.
"A UGT, no âmbito da Concertação Social, vai exigir uma discussão ainda mais profunda para a adoção de medidas imediatas de apoio não apenas às empresas, mas também a quem sobrevive dos escassos rendimentos do seu trabalho. Vamos pugnar com determinação pelo aumento médio dos salários", explicou.
Mário Mourão foi, este domingo, eleito secretário-geral da UGT, sucedendo a Carlos Silva. Obteve 455 votos favoráveis, teve 77 votos contra e registaram-se ainda 21 abstenções.