A Ordem dos Médicos, Federação Nacional dos Médicos e Sindicato Independente dos Médicos voltaram a defender a vacinação dos médicos que já tiveram Covid-19, alegando que a evidência científica mostra que a imunidade não se perpetua no tempo.
Numa nota conjunta, as três estruturas defendem que a Direção-Geral da Saúde (DGS) devia alterar a norma que determina as regras da campanha de vacinação, considerando que “continua a deixar desprotegido um grande número de médicos, outros profissionais de saúde e demais grupos de risco”.
“A evidência científica existente demonstra que a imunidade de quem já teve Covid-19 não se perpetua no tempo, sendo importante garantir rapidamente a imunização dos grupos mais expostos e de maior risco, mesmo que já infetados previamente com a SARS-CoV-2”, escrevem.
Lembram que os médicos e os outros profissionais de saúde “têm assumido todas as linhas da frente”, mesmo perante situações de grande dificuldade, “arriscando a sua própria vida para salvar outras”.
“Não podemos aceitar que, existindo vacinas seguras, a Senhora Ministra opte por manter estes profissionais de saúde em risco, num limbo por período indeterminado. É uma postura que consideramos técnica e eticamente reprovável”, defendem.
A norma da DGS que determina as regras da campanha de vacinação, definindo as diversas fases e as prioridades, diz que, “enquanto a disponibilidade das vacinas for limitada, designadamente na Fase 1, a vacinação é priorizada para quem mais dela beneficia”, não devendo ser dada prioridade na vacinação a quem recuperou da doença.
Em Portugal, morreram 16.951 pessoas dos 831.645 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.