Cerca de um em cada dez jovens em Portugal não estuda nem trabalha, menos do que a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), segundo o relatório "Education at a Glance 2023" divulgado esta terça-feira que destaca o aumento de portugueses com ensino superior.
Em 2022, 11,4% dos jovens entre os 18 e os 24 anos em Portugal não estudavam nem trabalham, refere o relatório. De acordo com a organização, a permanência nessa situação tem consequências negativas futuras e, por isso, reduzir a percentagem de jovens "nem-nem", que não estudam nem trabalham, é "um desafio particularmente importante em todos os países".
"Aqueles que se tornam "nem-nem" enfrentam piores resultados no mercado de trabalho mais tarde na vida do que os seus pares que continuam a estudar ou a formar-se nessa idade", alerta o relatório.
Os dados indicam, no entanto, que a situação em Portugal não é tão problemática como na média da OCDE ou da União Europeia e o país está entre os 15 com percentagens mais baixas de jovens entre os 18 e 24 anos que não estudam nem trabalham. A percentagem mais baixa é registada nos Países Baixos (4,1%) enquanto na Turquia, no polo oposto, cerca de um terço dos jovens não estuda nem trabalha.
O "Education at a Glance", que traça o retrato do ensino, do pré-escolar ao superior, em 48 países, destaca o número cada vez maior de pessoas em idade ativa que foram além do ensino secundário.
Atualmente na OCDE o ensino secundário e o ensino superior têm já o mesmo peso nas qualificações da população entre os 25 e 64 anos (cerca de 40%).
Em Portugal, por contraste, 39,6% da população em idade ativa não tem sequer o ensino secundário. "A percentagem de pessoas entre os 25 e 34 anos com ensino superior aumentou substancialmente nos últimos anos", de 33% em 2015 para 44% em 2022. Olhando para os adultos até 64 anos, 31% frequentaram o ensino superior.
Na chegada às universidades e politécnicos, as licenciaturas são o programa mais popular (76%), mas há também quem opte por cursos de curta duração, como os cursos técnicos superiores profissionais.
O relatório, que na edição deste ano destaca o ensino e formação vocacionais, destaca ainda que a importância da formação ao longo da vida, como resposta nas mudanças cada vez mais rápidas nas exigências do mercado de trabalho.
A esse nível, Portugal posiciona-se melhor do que a média da OCDE, no que respeita à frequência de formações profissionais. Segundo os dados, 17% dos detentores de cursos superiores já participaram em formações desse género, sendo a percentagem de 10% entre a população com o ensino secundário regular e 9% com o ensino profissional.