A Santa Sé divulgou, esta segunda-feira, duas vídeo-mensagens que o Papa enviou para os países que visita a partir de quarta-feira.
Para o Quénia e para o Uganda o Papa endereçou uma mensagem assente, sobretudo no encorajamento de “reconciliação, perdão e paz”, dirigida em primeiro lugar aos católicos, mas também a todos os crentes religiosos e homens e mulheres de boa vontade.
Uganda e Quénia são dois dos países mais estáveis de África, mas o Quénia, sobretudo, tem tidos alguns episódios de violência interétnica e, ao longo dos últimos anos, tem sido alvo de atentados levados a cabo por militantes islâmicos, sobretudo do Al-Shabaab, um grupo que age a partir da Somália, que faz fronteira com o Quénia.
Os atentados têm levado a uma crispação das relações, geralmente pacíficas, entre a maioria cristã no país e a minoria muçulmana.
Mais preocupante, no imediato, é a situação na República Centro-Africana (RCA), devastada ao longo de décadas com sucessivos golpes e movimentos rebeldes, que nas últimas semanas tem assistido a um recrudescimento da violência.
Na RCA a violência também assumiu tons de conflito inter-religioso, entre a maioria cristã e minoria muçulmana, sobretudo desde que um dos grupos rebeldes mais recentes, maioritariamente muçulmano, conquistou a capital Bangui, favorecendo a minoria islâmica na cidade, o que levou a represálias por parte de milícias formadas maioritariamente por cristãos quando os rebeldes foram expulsos novamente.
A visita do Papa a Bangui deve incluir uma passagem pela principal mesquita da cidade e na sua mensagem Francisco diz aos centro-africanos que “o vosso querido país vive há muito tempo uma situação de violência e insegurança, da qual muitos de vocês são vítimas inocentes. O propósito da minha visita é, em primeiro lugar, trazer-vos, em nome de Jesus, o conforto da consolação e a esperança. Espero, com todo meu coração que a minha visita possa contribuir, de uma forma ou de outra, para curar as feridas e abrir um futuro mais brilhante para a República Centro-Africana e todos os seus habitantes.”
Francisco acrescenta que esta visita a África será a sua primeira, não só desde que foi eleito Papa, mas mesmo de toda a sua vida.
O programa da visita do Papa, sujeito a alterações sobretudo devido à instabilidade na RCA, prevê a chegada ao Quénia no dia 25 de Novembro, quarta-feira, ida para o Uganda a 27 e por fim uma rápida visita à RCA a 29, com regresso a Roma a 30.