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O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) acusa o presidente da ARS do Alentejo de responsabilidades pelos acontecimentos no Lar de Reguengos de Monsaraz.
Nas críticas feitas a José Robalo, o secretário-geral do SIM garantiu que os clínicos tiveram todos os meios necessários para um melhor atendimento.
Roque da Cunha defende que deveriam ter sido tomadas medidas de saúde pública, o que não aconteceu. “Neste momento, o principal responsável, pela sua atitude de displicência e de arrogância, é o sr. presidente da ARS do Alentejo que está a tentar lavar as mãos como Pilatos. Portanto, logo que fosse identificado o primeiro problema deviam ter sido tomadas medidas de saúde pública, que não foram tomadas”, alega.
O mesmo responsável lembra na Renascença um conjunto de contradições. “Ele [José Robalo] diz que nem sequer foi ao lar, quando no passado disse que tinha ido duas vezes e que afinal estava tudo bem.”
O jornal “Público” revela que o médico responsável pela saúde pública local, tem 70 anos. O clínico foi contratado por quatro meses na sequência das medidas extraordinárias de combate à Covid-19, mas segundo escreve o diário, nunca terá visitado o lar por pertencer a um grupo de risco.
O surto de Reguengos de Monsaraz, detetado em 18 de junho, provocou 162 casos de infeção, a maior parte no lar (80 utentes e 26 profissionais), mas também 56 pessoas da comunidade, tendo morrido 18 pessoas (16 utentes e uma funcionária do lar e um homem da comunidade).
Posteriormente, num relatório de auditoria conhecido em 06 de agosto, a Ordem dos Médicos disse que o lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva não cumpria as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e apontou responsabilidades à administração, à Autoridade de Saúde Pública e à ARS.
A Procuradoria-Geral da República disse depois à Lusa que foi instaurado um inquérito sobre o surto de covid-19 neste lar e que está a analisar o relatório da Ordem.