A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) apela ao alargamento do critério de idade para o rastreio do cancro da mama.
No Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama, o secretário-geral da LPCC, Vítor Veloso, lembra que, de acordo com os últimos estudos conhecidos, “as mulheres com menos de 50 anos começam a apresentar-se numericamente com um número de casos muito superiores aos que normalmente apresentavam”.
Em declarações à Renascença, Vítor Veloso seende diz que “o ideal seria garantir os rastreios gratuitos desde os 40 anos até aos 75 anos”. Atualmente, o rastreio é gratuito para mulheres na faixa etária entre os 50 e os 69 anos.
Também o coordenador da Clínica da Mama do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto), Joaquim Abreu de Sousa, reconhece que, na instituição, o número de cancros da mama descobertos em idades em idade pré-menopausa tem vindo a aumentar de forma consistente.
O especialista revela que, no IPO-Porto, “em 2019, houve 1.680 novos casos de cancro da mama. No ano seguinte, foram mais de 1.200”.
Já em 2021, em plena pandemia “houve um enorme número de novos casos referenciados: 1.745. Em 2022, foram 1.571”. Destas doentes, “cerca de 8% a 9% são doentes com idade inferior a 45 anos”.
Joaquim Abreu de Sousa lembra que há, contudo, um dado positivo: a mortalidade por esta doença está a diminuir em Portugal.
Na origem destes casos de sucesso estão os avanços científicos, “não só nos medicamentos, mas também da cirurgia, da radioterapia e dos tratamentos”, mas, sobretudo, o diagnóstico numa fase ainda precoce da doença.
“Começamos a diagnosticar o cancro da mama cada vez mais cedo e isso, porventura, será a medida com maior impacto na redução da mortalidade por cancro da mama em Portugal e nos restantes países da Europa”, sublinha.
O coordenador da Clínica da Mama, do IPO-Porto lembra que “Portugal tem uma taxa de mulheres, entre os 50 e os 69 anos, cobertas pelo rastreio de 80%. O que é muito superior à média da Europa dos 27, que é apenas de 65%”.