A Câmara de Lisboa aprovou esta sexta-feira a atribuição de um desconto de 50% nos equipamentos culturais geridos pela empresa municipal EGEAC para os participantes na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), entre 24 de julho e 6 de agosto.
Em reunião privada do executivo municipal, a proposta foi viabilizada com os votos a favor da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) - proponente -, que governa sem maioria absoluta, PS e PCP, a abstenção do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e os votos contra de Livre e BE.
Subscrita pelo vereador da Cultura, Diogo Moura (CDS-PP), e pelo vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem o pelouro das Finanças, a proposta define a atribuição de “um desconto no acesso aos equipamentos culturais geridos pela EGEAC por parte de voluntários e peregrinos inscritos na JMJ, independentemente da idade, entre os dias 24 de julho e 06 de agosto, salvaguardando-se sempre o cumprimento das regras de segurança e de lotação dos espaços”.
“A aprovação desta medida constitui uma oportunidade única para Lisboa dar a conhecer a visitantes de todo o mundo, através dos seus museus e monumentos, a história da cidade e do país, bem como a sua identidade e cultura”, afirmou o vereador da Cultura, Diogo Moura, referindo que a JMJ é o maior evento realizado na cidade, que acolherá milhares de peregrinos e que será também um encontro de culturas e da diversidade.
A decisão da câmara é que nos museus seja aplicado um desconto de 50% sobre o preço normal de ingresso, durante todo o período de abertura ao público, e a entrada gratuita nos espaços/equipamentos que possam ter programação desenvolvida especificamente para a JMJ e possuam condições de controlo de acessos autónomos, sem prejuízo da lotação.
Segundo a proposta, no Castelo de São Jorge e Padrão dos Descobrimentos será aplicado um “desconto de 50% sobre o preço normal de entrada, no período compreendido entre as 14h00 e as 20h00, sem prejuízo da possibilidade de se limitar o número de visitantes, por motivos de segurança”.
Presentemente, a empresa municipal EGEAC tem sob gestão direta os seguintes equipamentos culturais: Castelo de São Jorge; Padrão dos Descobrimentos; Cinema São Jorge; Teatro Municipal de São Luiz; Teatro do Bairro Alto; LU.CA – Teatro Luís de Camões; Casa Fernando Pessoa; Museu do Fado e da Guitarra Portuguesa; Museu da Marioneta; Museu de Lisboa, que integra cinco núcleos: Palácio Pimenta, Teatro Romano, Santo António, Torreão Poente e Casa dos Bicos; Museu Bordalo Pinheiro; Museu do Aljube Resistência e Liberdade; Atelier – Museu Júlio Pomar; e Galerias Municipais: Pavilhão Branco, Galeria da Boavista, Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, Galeria Quadrum e Galeria Avenida da Índia.
A vereação do BE justificou o voto contra por considerar que, “num momento em que a procura desses equipamentos vai ser enorme, este desconto é inusitado e é mais dinheiro público para a JMJ”.
Também a vereação do Livre, que votou contra, considerou que a proposta “não faz sentido” e criticou o “privilégio” dado aos participantes credenciados na JMJ, lembrando que “a câmara reservou 35 milhões de euros + IVA para as jornadas, isto em parte, com a justificação de que a cidade iria beneficiar bastante na receita", mas vai "tirar esta receita potencial à EGEAC".
Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.