Os ministros da Defesa de Portugal, Espanha, França e Itália reúnem-se esta segunda-feira no Porto para debater temas-chave para a estratégia de segurança, como o estado da NATO e as relações transatlânticas.
Os ministros dos países do "Quarteto do Sul" vão reunir-se no Palácio da Bolsa, no Porto, "com o objectivo de concertar posições sobre quatro temas-chave para a segurança e defesa do 'flanco sul'", refere um comunicado do Ministério da Defesa.
"O estado da Aliança Atlântica e perspectivas futuras, o modelo de actuação da NATO para o Sul, as relações transatlânticas e a implementação da Estratégia Global da União Europeia em matéria de segurança e defesa", são os temas-chave em discussão.
O encontro ocorre numa altura em que o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou a intenção de desinvestir nas organizações internacionais de que os norte-americanos fazem parte, como a NATO e as Nações Unidas.
O ministro português, Azeredo Lopes, é o anfitrião do encontro em que participam os seus homólogos espanhol, Maria Cospedal, francês, Jean-Yves le Drian, e italiana, Roberta Pinotti.
Será, segundo o executivo português, o terceiro encontro ministerial de Defesa, após a reunião do “Quarteto” em Toulon, a 12 de Maio de 2016, que resultou numa carta conjunta enviada ao secretário-geral da NATO e aos restantes membros da Aliança em preparação da Cimeira de Varsóvia.
A reunião do Porto acontece uma semana depois da Cimeira dos Países do Sul da Europa, na qual o primeiro-ministro português, António Costa, recebeu seis chefes de Estado e de Governo, com o objectivo de promover uma concertação sólida de posições a Sul, nos planos político-institucional, socioeconómico e de segurança e defesa.
Na declaração conjunta, os sete países sublinharam o seu apoio à Estratégia Global da União Europeia, para que a Europa consiga ser uma força de paz credível na região, que garanta segurança e bem-estar aos seus cidadãos.
Nos dias 15 e 16, em Bruxelas, a NATO reúnem os seus 28 países membros – uma reunião que vai contar, pela primeira vez, com a presença do novo secretário da Defesa norte-americano, o general reformado James Mattis.
O ministro Azeredo Lopes admite "uma certa expectativa" sobre a posição da nova administração norte-americana em relação ao futuro da NATO e lembra que os EUA representam 75% das capacidades da Aliança Atlântica.
"Havendo coisas que, no nosso entender, poderão ser aperfeiçoadas, é preferível que assim seja do que estar a desqualificar a organização, isso iria enfraquecê-la", defendeu em declarações à agência Lusa.