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Portugal vai voltar ao estado de calamidade a partir da meia-noite desta quarta-feira. O anúncio do Governo chega numa altura em que o país enfrenta uma nova vaga de Covid-19, à semelhança do que está a acontecer noutros países europeus.
A maioria dos países da Europa aproveitaram o verão para relaxar nas medidas de contingência, de forma a reavivar as economias já fortemente impactadas pela primeira onda da pandemia do novo coronavírus.
Ao contrário do que era desejado, o regresso parcial à normalidade suscitou um crescimento exponencial do número de infeções em todo o continente.
Bares e pubs foram dos primeiros locais a enfrentar medidas mais duras quando a segunda vaga de infeções começou, mas, agora, os números alarmantes também começam a testar os governos na sua capacidade de manter escolas abertas e cuidados de saúde não-Covid a funcionar.
Na República Checa, todas as aulas são dadas à distância e os hospitais começaram a cortar nos procedimentos médicos não-urgentes, para poupar camas. Bares, restaurantes e discotecas estão fechados.
Na Rússia, o cenário começa a ser semelhante ao checo. As autoridades de Moscovo anunciaram, esta quarta-feira, que vão introduzir o conceito de aulas à distância para um grande número de estudantes, a partir da próxima segunda-feira.
A Irlanda do Norte anunciou o encerramento das escolas durante duas semanas.
Em Portugal, a partir da meia noite de hoje ficam proibidos ajuntamentos na via pública de mais de cinco pessoas. A medida aplica-se a outros espaços de uso público e na restauração. Vão também ser impostas limitações a casamentos e baptizados a um máximo de 50 participantes e todos têm de cumprir normas de afastamento e uso de máscara.
Serão proibidos nos estabelecimentos de ensino, designadamente universidade e politécnicos, todos os festejos académicos, como cerimónias de recepção aos caloiros.
Países como a Alemanha, Reino Unido e França têm resistido à pressão de fechar escolas, depois de, na primeira vaga, o ensino à distância ter dificultado a vida aos pais dos estudantes.
O Governo alemão tem ponderado estender o período de férias do Natal, para reduzir a probabilidade de contágio entre crianças, embora críticos da medida defendam que não existem provas de que as escolas são locais com maior viabilidade de infeções.
Os Países Baixos regressaram ao confinamento parcial, esta quarta-feira, encerrando bares e restaurantes, mas com as escolas abertas.
As infeções por Covid-19 na Europa têm ultrapassado a barreira dos 100 mil casos diários, forçando governos a fortalecer medidas de contingência para combater a pandemia.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, deve anunciar mais restrições ainda esta quarta-feira. Os media locais avançam que o Governo considera decretar o recolher obrigatório em várias cidades.
As cinco maiores cidades francesas - Paris, Marselha, Lyon, Toulouse e Lille - já se encontram em alerta máximo, com bares e ginásios fechados e restaurantes sob rígido controlo.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, enfrenta pedidos da oposição para impor outro confinamento nacional, mas, até agora, resistiu. Os internamentos hospitalares, no entanto, estão a aumentar e os hospitais de campanha utilizados na primavera estão, mais uma vez, a ser montados.
Na Bélgica, com a segunda pior taxa de infeção per capita da Europa, os hospitais agora têm que reservar um quarto das suas camas para pacientes com Covid-19.
A região espanhola da Catalunha decidiu fechar todos os cafés, bares e restaurantes durante 15 dias e reduzir a lotação dos centros comerciais para 30% e dos ginásios em 50%.
O Governo catalão vai informar sobre as novas restrições esta quarta-feira à tarde, depois de a comissão regional da proteção civil (Procicat) ter aprovado as medidas que incluem também a suspensão de aulas presenciais nas universidades e a suspensão por duas semanas de todas as competições desportivas catalãs - federadas, escolares ou privadas.
A situação epidémica na Catalunha agravou-se esta quarta-feira, com 1.620 novas infeções, 23 óbitos e 40 novos internamentos nas últimas 24 horas.
O Governo português anunciou esta quarta-feira oito medidas, a começar pela passagem do estado de contingência para calamidade, em todo o país. O executivo de António Costa vai também pedir, com urgência, autorização ao Parlamento para tornar uso da máscara obrigatório na via pública, em sítios mais movimentos, e a utilização da aplicação "Stayaway Covid" em alguns setores de maior risco.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e oitenta e um mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.110 em Portugal.
Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (43.018 mortos, mais de 634 mil casos), seguindo-se Itália (36.246 mortos, mais de 365 mil casos), Espanha (33.204 mortos, mais de 896 mil casos) e França (32.933 mortos, mais de 756 mil casos).