O PCP defendeu este domingo que o acordo alcançado na concertação social para os trabalhadores é "mais do mesmo" porque não há valorização dos salários, mas empobrecimento "uma vez mais" e "prolongamento da perda do poder de compra".
"Se retirarmos o aparato da apresentação e os enfeites e olharmos para aquilo que, de facto, resulta do acordo para quem trabalha e para os trabalhadores é mais do mesmo", afirmou a deputada Alma Rivera, numa mensagem vídeo enviada às redações.
Na opinião da parlamentar comunista, o acordo "não toca nas normas gravosas" da legislação laboral, nem valoriza os salários.
Acrescentando que "há empobrecimento uma vez mais, prolonga-se a perda do poder de compra uma vez que o que é anunciado nem sequer compensa a inflação e basta ver que com a inflação que é apontada os trabalhadores ficam com menor poder de compra do que aquele que tinham em 2021".
Já sobre o salário mínimo, Alma Rivera entendeu que o aumento continua "abaixo de níveis" que permitam sobreviver em Portugal, classificando a medida como "mais uma promessa eleitoral do PS que não se verifica".
Contudo, a deputada realçou que não "ficam todos mais pobres" porque para compensar estes aumentos "insuficientes" para os trabalhadores, as grandes empresas e grupos económicos "obtém benefícios para aumentar os lucros".
"Uma vez mais, o Governo dá borlas a estes grupos e abdica de receita que faz falta à saúde, educação e reformas, tudo para não beliscar os lucros de quem mais tem", vincou.
Para a comunista, mantém-se a acumulação dos que mais têm e o empobrecimento dos que trabalham.
Os parceiros sociais saudaram hoje o acordo de concertação social alcançado com o Governo, mas alertaram que esse compromisso constitui um ponto de partida, face à imprevisibilidade da conjuntura nos próximos anos.
O acordo de médio prazo para a melhoria de rendimentos, salários e competitividade foi assinado hoje em Lisboa pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelos representantes da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e da União Geral dos Trabalhadores (UGT).
A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) assinou o documento antes da cerimónia, enquanto a CGTP recusou formalizar o acordo, alegando que as medidas previstas são "insuficientes" para responder aos problemas dos trabalhadores, reformados e pensionistas.