Por causa do evoluir da pandemia, muitos profissionais do setor dos eventos estão a ficar sem trabalho.
Os espetáculos não estão proibidos, mas o que é certo é que nesta altura de festas, de Natal e Ano Novo, muitos deles acabaram por ser cancelados.
Pedro Magalhães, presidente da Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE), disse à Renascença que estão estimadas perdas “superiores a 30 milhões de euros, só neste mês de dezembro”.
Face às dificuldades das empresas, Pedro Magalhães acrescenta que “infelizmente durante este período da pandemia perdemos muita mão de obra, que vai ser muito difícil de recuperar, é muito especializada e, no mínimo, leva dois anos para que consigamos ter as pessoas aptas para trabalhar”.
O presidente da APSTE receia que depois “da crise pandémica, o sector venha a ter uma crise de mão de obra”.
Pedro Magalhães revela à Renascença que “as pessoas têm corrido muito para a Expo Dubai, que está agora em exibição, e corremos o risco destas pessoas não regressarem a Portugal”, porque, acrescenta este responsável, “podem ser contratadas por outras empresas no mercado internacional”.
Pedro Magalhães estima que “poderão ter ido entre 150 a 200 pessoas para a Expo Dubai”, entre técnicos de som, de iluminação e de vídeo.
À espera de resposta do Governo
Nas últimas horas, o presidente da Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos fez chegar ao Ministério da Economia as preocupações do setor.
Pedro Magalhães antecipa quebras de 90% nos trabalhos previstos para os dois primeiros meses do 2022 e sem negócio. O presidente da APSTE avisa na Renascença, que “se não houver qualquer alteração aos apoios que estão ativos neste momento, perspetivamos o encerramento de algumas empresas e consequentemente a perda de postos de trabalho”.
Diz que “os apoios em vigor são insuficientes” e defende a suspensão dos pagamentos dos créditos à banca. Esta proposta, de prolongamento das moratórias, foi apresentada nas últimas horas ao Governo, revela Pedro Magalhães, que acrescenta, que “neste momento as empresas têm a obrigação de liquidarem as suas responsabilidades bancárias todos os meses” o que se revela um problema, porque “as empresas faturam zero e não vão ter condições para cumprir as suas obrigações”.
Pedro Magalhães acredita que se o governo conseguir “intervir nesta matéria, das moratórias, acreditamos que poderá haver aqui alguma esperança, caso contrário vamos assistir a alguns encerramentos e a alguns despedimentos”.
A resposta do Governo ficou adiada para a próxima semana.