Quando, em
julho de 2022, o Banco Central Europeu (BCE) começou a subir juros para
combater a inflação houve muitas críticas e reações negativas, alegando que
assim a economia da zona euro entraria provavelmente em recessão. Também houve
críticas, essas justas, ao BCE, por não ter subido os juros mais cedo.
Como se atrasou, o BCE teve de subir os juros mais do que teria sido necessário, caso tivesse reagido mais cedo. Verifica-se agora que, contra várias previsões, não houve recessão na zona euro. Aliás, também não houve recessão nos Estados Unidos, bem como no Canadá, na Austrália ou no Japão.
Tudo aponta para que, na sua reunião de 6 de junho próximo, o BCE inicie a baixa dos juros. O banco central americano, a Reserva Federal (Fed), defronta-se com uma pequena subida da inflação, mostrando que a alta de preços não está totalmente vencida nos EUA. Por isso a Fed não deverá descer os seus juros tão cedo.
A fase de juros altos na zona euro não provocou uma subida preocupante do desemprego, ao contrário do que aconteceu em anteriores combates contra a inflação. E a subida entretanto verificada nos salários foi moderada. Tudo razões para, em junho, o BCE começar a descer os seus juros.
A economia europeia cresce, mas pouco. O preço do petróleo não está a ajudar. O barril de Brent anda à volta dos 90 dólares. A situação de pré-guerra no Médio Oriente é a causa principal deste “travão” ao crescimento.