TAP. PS admite chamar ao Parlamento ministro da Economia de Passos Coelho
09-02-2023 - 14:01
 • Manuela Pires

Em causa está o negócio feito pelo accionista da TAP David Neeleman para garantir a capitalização da companhia aérea.

O Partido Socialista pondera chamar ao Parlamento o antigo ministro da Economia do Governo de Passos Coelho que tutelava a TAP quando a companhia aérea foi privatizada, o Governo que durou apenas um mês em 2015.

O líder da bancada parlamentar do PS considera que é grave que o acionista privado David Neeleman tenha sido financiado pela própria companhia, o que é proibido por lei, para controlar a TAP ao atribuir um benefício elevado à airbus na compra de aviões.

Em declarações aos jornalistas esta quinta-feira, no final da reunião da bancada parlamentar, Eurico Brilhante Dias revelou que vai pedir mais informações à tutela da TAP e à própria companhia aérea, sublinhando que é necessário apurar responsabilidades políticas.

“Estamos a ponderar fortemente chamar ao Parlamento os responsáveis políticos que fizeram essa privatização em 2015. Precisamos de perceber o quadro dessa operação de compra de aviões por parte da TAP, mas também a responsabilidade política de um Governo que esteve em funções menos um mês e que privatizou a TAP 12 dias depois de ter tomado posse”, garantiu Eurico Brilhante Dias.

Na altura era ministro da Economia Miguel Morais Leitão, e o atual vice presidente do PSD Miguel Pinto Luz era o secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações.

O líder da bancada parlamentar do PS diz que as notícias que vieram a público nos últimos dias são de enorme gravidade.

O Ministério Público abriu um inquérito à compra de aviões por anteriores administrações da TAP, após participação do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do atual ministro das Finanças, Fernando Medina.

A PGR não adiantou contudo se o inquérito em curso no DCIAP - departamento do Ministério Público que investiga a criminalidade organizada mais grave, complexa e sofisticada - já tem suspeitos ou arguidos constituídos, justificando que este inquérito se "encontra em investigação e sujeito a segredo de justiça".