A líder do partido Pessoas Animais Natureza (PAN), Inês Sousa Real, deixou críticas ao Presidente da República pelo resultado das legislativas deste domingo.
“[O Presidente] contribuiu para a instabilidade política vivida no país”, afirmou.
Inês de Sousa Real lembrou a queda do Governo, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter aceite a demissão de António Costa e ter dissolvido o Parlamento. “Já é o segundo mandato que temos interrompida”, reforçando que o Chefe de Estado ajudou a “estender a passadeira à extrema-direita”. "Não é pelo facto da sua cor política agora ser a cor vencedora que temos agora estabilidade política".
"Não podemos, em democracia, andar a brincar com a vida das pessoas", assevera. "Temos fundos comunitários para investir no país que não se coadunam com estes ciclos políticos", acrescentou.
AD e PS estão quase empatados, com vantagem de cerca de 50 mil eleitores para a coligação, e não há nenhum bloco com maioria absoluta.
Inês Sousa Real lembra que o resultado desta noite não dá estabilidade política ao país que ficou com um “contexto muito fragilizado” e deixa um alerta: “Vamos esperar que Luís Montenegro não ceda e dê a mão ao Chega”.
O PAN mantém um deputado (a líder Inês Sousa Real em Lisboa) na Assembleia da República. Conseguiu 1.92% e mais de 117 mil votos.
Analisando estes resultados, Inês de Sousa Real diz que o partido cresceu em todo o país (mais 36 mil votos) e, por isso, não tem dúvidas: “Não é uma derrota”, apesar de não ter conseguido um segundo deputado, como desejava.
Questionado pela Renascença sobre uma eventual coligação com a Aliança Democrática (AD), Inês de Sousa Real indica que terá “de ser avaliada pela comissão nacional” do partido.