O comissariado consultivo para as comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões vai começar a trabalhar no programa em janeiro. O órgão foi criado esta quinta-feira, cerca de uma semana depois da comissária, nomeada desde 2021, ter declarado que o Governo apenas tinha a intenção de assinalar a data.
Rita Marnoto, professora catedrática da Universidade de Coimbra e especialista em Literatura, foi nomeada comissária em maio de 2021, por uma resolução do Conselho de Ministros. Nessa altura, a ideia era que o programa fosse apresentado até ao final de 2022, e que as comemorações decorressem entre 12 de março de 2024 e 10 de junho de 2025.
Contudo, no passado dia 20, em entrevista à agência Lusa, Rita Marnoto, disse nada existir além da intenção do Governo de assinalar a data, e que nenhuma medida tinha sido tomada para a criação das estruturas, condição necessária para o desenvolvimento do projeto e do programa.
Questionado pela Renascença esta semana, o Ministério da Cultura não esclareceu qual seria a solução.
Foi apenas nas últimas horas que o ministro Pedro Adão e Silva reuniu com Rita Marnoto, e garantiu - finalmente - os meios necessários para que a comemoração dos 500 anos de Camões possa avançar.
"Agora que há este comissariado iremos começar a trabalhar, prevejo eu, logo no início de janeiro, no sentido do estabelecimento de um programa", disse a comissária à Renascença.
Questionada acerca do aparente desinteresse, ou esquecimento, do Governo em criar o comissariado consultivo, Rita Marnoto afirmou que "são questões que estão um pouco para além da comissária das celebrações".
"Nós, em Portugal, em todos os campos, estamos um pouco familiarizados com essa forma de proceder e, por outro lado, também temos uma capacidade de reagir às situações que nos permite arranjar e conseguir vias para atingir os nossos objetivos", declarou.
Rita Marnoto garantiu ainda que o comissariado vai trabalhar "com grande entusiasmo" para celebrar "um poeta como é Luís de Camões".