A colheita para as análises que levaram a desaconselhar banhos nas praias de Santo António e Monte Gordo, em Vila Real de Santo António, foram feitas na segunda-feira e o resultado conhecido esta terça-feira, esclareceu a Agência Portuguesa do Ambiente.
O organismo deu a conhecer à agência Lusa os resultados das análises que estiveram na origem do hastear da bandeira vermelha nas duas praias algarvias, cerca das 15h00, nas quais foi “detetada a bactéria coliforme ‘Eschrechia Coli’”, com um valor que dobrava “o valor limite para esta bactéria”.
“O desaconselhamento do banho irá manter-se até que haja um resultado que permita a prática balnear, de acordo com o valor acima referido”, referiu a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), referindo-se a um limite máximo de 1000 NMP/100ml, quando as águas das praias de Santo António e Monte Gordo revelaram a presença de 2087 NMP/100ml.
A APA adiantou que já foi feita esta quarta-feira uma nova colheita para análise e a informação será atualizada na quinta-feira.
A mesma fonte advertiu ainda que, “durante o período de desaconselhamento do banho, os utentes não devem tomar banho” e devem reportar “qualquer sintoma anormal” aos serviços de saúde.
As autoridades marítimas ordenaram o hastear da bandeira vermelha nas praias de Santo António e Monte Gordo, no concelho de Vila Real de Santo António, no distrito de Faro, devido à presença de coliformes na água, disse o capitão do porto.
A interdição está em vigor desde cerca das 15h00 e “as pessoas são desaconselhadas a ir a banhos” enquanto a mesma estiver em vigor, alertou a mesma fonte.
A Câmara de Vila Real de Santo António atribuiu o hasteamento da bandeira vermelha nas duas praias do concelho a uma descarga de um barco e anunciou que a autarquia vai realizar análises independentes.
A mesma fonte disse ter falado com responsáveis da Agência Portuguesa do Ambiente, que procede às análises a água, e com o capitão do porto de Vila Real de Santo António, “a dizer que não entendia porque tem de ser içada a bandeira vermelha, se é não aconselhável ir banhos, e não interdito”.
Conceição Cabrita disse ter recebido a resposta de que “nestas situações tem de ser sempre hasteada a bandeira vermelha” e adiantou que a autarquia está à espera “que a APA faça uma contra-análise, que sairá amanhã de manhã [o resultado]”.
A mesma fonte garantiu que no concelho “não há neste momento nenhum esgoto a sair para o mar” e “deixou de haver fossas nos restaurantes” quando foi feita a obra de requalificação da praia e construído o passadiço de madeira que protege as dunas, pelo que se houve contaminação, como a APA aponta, ela “foi externa”.
“Pode ter sido por exemplo um barco que fez uma descarga, porque é estranho haver só em Vila Real de Santo António e Monte Gordo. Se fosse uma contaminação de esgotos, com as marés teria de ir para mais sítios e para o concelho de Castro Marim. É estranho porque é que só há em Monte Gordo e Vila Real, agora, como não sou especialista nesta área, não posso dizer mais”, afirmou ainda a presidente da câmara algarvia.