O primeiro-ministro alertou, esta sexta-feira, para a necessidade de existir “cautela”, quando se trata de abordar a questão de definir um estatuto especial para a integração da Ucrânia na União Europeia (UE).
António Costa falava numa conferência conjunta, com o seu homólogo polaco, depois de interrogado sobre perspetivas da pouca abertura por parte de alguns países relativamente a um rápido processo de adesão da Ucrânia à UE.
"A melhor ajuda que podemos dar à Ucrânia é evitar divisões e mantermos uma resposta unida na União Europeia face à agressão militar da Rússia”, pois, “a última coisa que devemos fazer é encontrar divisões entre nós", sublinhou.
Para o primeiro-ministro, os países da UE têm que ter “cautela” e “ser criativos”, na hora de “encontrar soluções”, para que esta questão não seja “fator de divisão”, tendo em conta a pouca abertura que alguns países mostram no que diz respeito à integração europeia da Ucrânia, como exemplifica.
“A Roménia entende que não se pode discutir a adesão da Ucrânia sem resolver a adesão da Moldávia e a da Geórgia. A Alemanha tem insistido que não se pode decidir a adesão da Ucrânia, sem concluir os processos de adesão que estão em curso dos vários países dos Balcãs ocidentais”, ou ainda “os vários países que dizem que neste momento a UE não está em condições de conceder a adesão a nenhum país”, recorda, António Costa.
O chefe do executivo deu também como exemplo o complicado processo de adesão de Portugal à União Europeia, com negociações que demoraram vários anos, e falou num dos temas que espera abordar este sábado, em Kiev, com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
"Relativamente aos contactos que manterei na Ucrânia com o Presidente Zelensky e com o primeiro-ministro ucraniano incidirão sobre as formas de apoio que, do ponto de vista bilateral, Portugal pode continuar a assegurar ao nível do fornecimento de equipamento militar, humanitário e financeiro”, adiantou.
“Vamos também discutir a perspetiva europeia da Ucrânia, tendo em vista a que possamos ajudar a construir uma posição de unidade na União Europeia", acrescentou.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky assinou, a 28 de fevereiro, o pedido formal a Bruxelas da adesão da Ucrânia à UE.
A Ucrânia já entregou a sua resposta formal ao questionário da Comissão Europeia sobre uma eventual adesão à UE, que foi dada em 10 dias, faltando um segundo conjunto de respostas.
Quando um país apresenta um pedido de adesão à UE, o Conselho convida a Comissão a dar o seu parecer sobre o pedido.