A esmagadora maioria dos lesados do Banco Espírito Santo (BES) aceita a compensação proposta pelo Governo, Banco de Portugal e CMVM que minimiza as perdas dos investidores. O prazo para a decisão é esta sexta-feira ao final do dia.
Dos quatro mil lesados, 90% já aceitou aderir ao mecanismo que os compensa pelas perdas sofridas pelo colapso BES, segundo disse à Renascença o advogado do grupo de lesados. Ricardo Seabra fala num “resultado estrondoso” que deverá facilitar o pagamento da primeira tranche, já em Julho.
“Temos 90% de respostas, e dessas 90% de respostas, temos 99,6% de aceitabilidade. É um resultado bom, um resultado estrondoso, agora o que queremos é que se materialize o mais rapidamente possível já que estão todas as condições reunidas”, afirmou.
Os lesados do BES têm até ao final do dia para dizerem se aceitam recuperar parte dos 434 milhões investidos no BES. Os que não aceitaram esta solução terão de continuar em tribunal. Neste grupo, admite Ricardo Seabra, estão os investidores com capital elevado.
A actual proposta permite recuperar 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, se tiverem aplicações até 500 mil. Para quantias superiores, será a recuperação 50% do valor investido. Por exemplo, quem fez uma aplicação de 400 mil euros receberá 250 mil euros, o valor máximo possível para esse montante, ainda que seja abaixo dos 75%. Já para uma aplicação de 600 mil, serão pagos 300 mil euros.
Os clientes assumem perdas, mas recebem dinheiro pelo qual teriam provavelmente de esperar anos para recuperar em processos em tribunal e de forma incerta.
O pagamento será feito por parcelas, sendo que 30% do total será recebido logo após o cliente assinar o contrato de adesão, que agora se prevê que aconteça entre Junho e Julho, enquanto o restante valor será pago em mais duas parcelas, em 2018 e 2019.