A edição 39 da Ovibeja abre esta quinta-feira sem receio da parte dos organizadores de perda de visibilidade da feira. A organização decidiu, como forma de protesto, não convidar a ministra da Agricultura e o primeiro-ministro.
Rui Garrido, da associação ACOS - Agricultores do Sul, não teme que a mensagem que os produtores pretendem passar se perca, tanto mais que "a oposição vai estar presente e vai ouvir, certamente, as propostas" do setor.
"Há alguns secretários de Estado que vão participar, porque há colóquios que são organizados por entidades externas. Vamos também ter o senhor Presidente da República e a Comissão de Agricultura e a Comissão de Ambiente. Temos, portanto, muita gente a quem demonstrar os nossos problemas", explica Garrido, em entrevista à Renascença.
O responsável diz que convidar a ministra da Agricultura ou primeiro-ministro teria sido "um pouco de hipocrisia", numa altura em que "o setor se sente desprezado e com uma vontade de mudança".
Quanto aos problemas que mais preocupam a agricultura, a seca é o primeiro ponto da lista. "Estamos com uma seca terrível, pior do que no ano passado e nos anos anteriores. O desespero é enorme. Este é um assunto que vai ser abordado na feira, que até costuma ser molhada, com dias de chuva, e este ano nem isso."
A organização da feira de agropecuária espera que esta seja uma das maiores edições de sempre, uma vez que "o espaço está cheio, e há já várias semanas. Há mais área expositiva e mais expositores, com fila de espera. Pessoas que queriam vir e que ainda aguardam que haja alguma desistência".