O Presidente da República defendeu esta segunda-feira a necessidade de uma revolução administrativa para responder de forma mais eficaz aos grandes incêndios, como o que ocorreu na serra da Estrela em agosto passado.
“Tem que haver para a serra da Estrela - e porventura para outros parques e para outras situações desta natureza - uma estrutura pensada, ao menos para as situações críticas. Isto é uma revolução na organização administrativa portuguesa. Não está pensado para isso e tem que se pensar para isso”, referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa falava no quartel dos Bombeiros da Covilhã, distrito de Castelo Branco, no início de uma visita que está a realizar hoje ao território afetado pelo grande fogo na serra da Estrela, que em agosto atingiu um total de 24 mil hectares de área ardida.
Após um ‘briefing’ feito pelo comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) sobre este fogo, Marcelo Rebelo de Sousa destacou o facto de as chamas terem abarcado dois distritos (Castelo Branco e Guarda) e seis concelhos distintos, bem como diferentes comandos operacionais e forças de intervenção.
Deste modo, salientou que uma das lições a tirar passa por aplicar uma “transformação administrativa” que permita uma resposta alargada, até porque “todos têm a mesma causa” e “todos vestem a mesma camisola”.
“A única maneira de haver, no futuro, um combate eficaz e uma prevenção eficaz, é que quem quer que esteja num destes municípios - ela ou ele, desde os mais pequeninos - tenham a noção que aquilo que têm de defender é o todo. Não é uma freguesia, não é um município. Menos ainda um lugar, ou uma localidade, ou uma rua, ou uma casa”, acrescentou.
Nesta visita, o Presidente da República é acompanhado pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, sendo que além da Covilhã, também estão previstas passagens pelos concelhos de Manteigas, Seia, Gouveia, Celorico da Beira e Guarda.