Brexit. Costa entre a “tristeza” e o “alívio” mas confiante no acordo
25-11-2018 - 09:18

Primeiro-ministro português diz que o acordo entre Londres e Bruxelas é "bom e equilibrado”. O “sim” final deverá ser dado no Conselho Europeu extraordinário deste domingo.

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O primeiro-ministro mostra-se convicto de que os 27 vão validar o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) neste domingo. Em Bruxelas, esta manhã, António Costa considerou ser prematuro comentar um cenário de rejeição do texto no Parlamento britânico.

À entrada para o Conselho Europeu extraordinário dedicado ao Brexit, Costa assegurou que os 27 vão "aprovar" o acordo, definindo-o como "bom, equilibrado para ambas as partes".

"Era [um processo] muito complexo e acho que houve uma solução bastante equilibrada", acrescentou.

Instado a pronunciar-se sobre um eventual "chumbo" do acordo de saída do Reino Unido do bloco comunitário no Parlamento britânico, o primeiro-ministro defendeu que é preciso discutir "cada coisa a seu tempo".

"Para já, temos de discutir se os 27 apoiam o acordo, se ele é aprovado no Parlamento Europeu e ver também se é aprovado no Parlamento britânico. Cada problema a seu tempo. Agora, é importante ter sido possível chegarmos a este ponto e termos um acordo, mas isso não diminuiu a tristeza de ver o Reino Unido partir", observou.

António Costa reconheceu que a cimeira europeia de hoje lhe causa um "misto de tristeza, por ser mais um passo que torna definitiva a saída do Reino Unido da UE", e de "alívio", por ter sido possível chegar a um acordo e evitar "o pior", que era um Brexit "descontrolado, não organizado".

"Esta é a solução que melhor protege os interesses dos cidadãos em primeiro lugar, os britânicos na UE e os cidadãos da UE, designadamente os nossos compatriotas que vivem no Reino Unido. Também organiza melhor a relação futura, baseada numa sólida cooperação económica, na área de segurança, na área da defesa, onde é essencial mantermos uma relação de grande proximidade", enalteceu.

O primeiro-ministro português disse ainda que o acesso às águas britânicas, e as respetivas quotas de pesca, um tema que ainda causará desconforto entre os 27, terá de ser negociado na relação futura.

Os chefes de Estado e de Governo dos 27 reúnem-se este domingo em Bruxelas para validar o projeto do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia e a declaração política da relação futura pós-Brexit.