O líder do Chega, André Ventura, manifestou-se esta quinta-feira confiante de que o partido vai disputar as eleições na Madeira, considerando que um impedimento judicial "será um ataque brutal" à democracia.
"Vou fazer esta "reentré" política baseando-me no pressuposto de que o Chega concorrerá às eleições na Madeira", disse André Ventura aos jornalistas à chegada ao Duna Beach, na Meia Praia, em Lagos, onde participa no jantar que marca a "reentré" do partido.
A posição do presidente do Chega vem na sequência da ação judicial interposta pela Alternativa Democrática Nacional (ADN), no Tribunal Judicial da Comarca da Madeira, visando a anulação da candidatura do Chega às eleições de 24 de setembro, para evitar uma "catástrofe eleitoral".
Numa nota divulgada, a ADN indica que a medida tem por objetivo impedir que a candidatura do Chega, encabeçada por Miguel Castro, seja "admitida às eleições regionais da Madeira".
Para André Ventura, a ação judicial faz com que a "reentré" do Chega "seja diferente da esperada", notando que o partido pretendia falar para o país "enquanto alternativa política, sobretudo num momento em que o PSD não consegue descolar e ser essa alternativa".
"Tirar o terceiro lugar ao concorrente de uma eleição, acho que era um precedente gravíssimo que podia, numas próximas eleições, até legislativas, presidenciais ou outras, abrir essa porta", apontou.
Ventura sublinhou ter a convicção de que o partido "não vai ser impedido de disputar as eleições madeirenses", porque "seria um precedente gravíssimo para a democracia".
O líder do Chega apontou como uma das suas "preocupações e importante de dizer ao país, de que a direita não tem estado representada nos últimos tempos".
André Ventura disse que ouviu "com muita atenção" a reforma fiscal apresentada pelo PSD na sua "reentré" politica, referindo "ter percebido que a mesma, juntamente com a da Iniciativa Liberal (IL) se ressume a uma coisa: estar sempre aos gritos a dizer baixem os impostos".
"O desafio que vamos deixar hoje aqui à direita toda é: estão ou não de acordo que o dinheiro que precisamos, nomeadamente para ajudar as pessoas que não conseguem pagar a casa neste momento, se faça com recurso à taxa sobre os bancos, como está a acontecer em Itália", questionou.
André Ventura adiantou que outro desafio que faz "é o de que a direita portuguesa deixe de ser dos ricos que só se preocupa em pedir menos impostos".
O líder do Chega adiantou que a solução do seu partido é clara: "os bancos fizeram muito dinheiro à custa desta crise e é importante ir buscar uma parte desse dinheiro temporariamente para financiar, para ajudar a baixar as prestações daqueles que não o conseguem fazer, como está a acontecer em Itália".