Os hospitais católicos na República da Irlanda não poderão recusar fazer abortos quando a respetiva legislação for aprovada, disse esta quinta-feira o primeiro ministro, Leo Varadkar.
Uma maioria de irlandeses decidiu em referendo, no final de maio, eliminar o artigo 8.º da Constituição irlandesa, que proibia o aborto em praticamente todas as circunstâncias. Espera-se, agora, que o Governo legalize o aborto a pedido até às 12 semanas.
Esta quinta-feira, respondendo a dúvidas de deputados no parlamento irlandês, o primeiro-ministro disse que, embora a objeção de consciência esteja garantida para profissionais de saúde, as instituições que recebam fundos públicos não a poderão invocar.
Muitos hospitais na Irlanda pertencem à Igreja Católica, incluindo dois dos maiores da capital, Dublin.
“Não será possível aos hospitais que recebem fundos públicos, independentemente de quem os detém, deixar de fornecer estes serviços necessários, que serão legais neste Estado quando a legislação for aprovada”, disse Leo Varadkar.
“A legislação permitirá a objeção de indivíduos, por razões de consciência ou de religião, mas não de instituições”, concluiu.