​Trabalhadores da antiga Triumph à porta da fábrica para impedir saída de material
05-01-2018 - 23:34

Autarca de Lours defende que os cerca de 500 trabalhadores devem ter "rapidamente acesso" ao subsídio de desemprego e obter a garantia de que o património da empresa não é delapidado.

Dezenas de trabalhadores da antiga Triumph, no concelho de Loures, concentraram-se esta sexta-feira à porta da fábrica para impedir a saída de material da empresa, que está em processo de insolvência, e deverão manter-se no local durante toda a noite.

"Organizámos turnos de quatro horas, com cerca de 20 pessoas por turno, que estão à porta da fábrica para impedir a saída de material e os trabalhadores vão ficar lá toda a noite", disse Manuela Prates, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Curtumes do Sul, à agência Lusa.

Manuela Prates contou que, depois da entrega do processo de insolvência no tribunal de Loures por parte da empresa, nos últimos dias de Dezembro, houve esta semana algumas tentativas por parte de ex-gerentes e responsáveis da empresa em retirarem material da fábrica, nomeadamente "peças de roupa terminada" e automóveis, mas foram impedidos pelos trabalhadores.

A 21 de Dezembro os trabalhadores da antiga Triumph realizaram uma manifestação, em Lisboa, para pedir "acesso a uma fonte de subsistência", face aos salários em atraso e ao processo de insolvência da empresa.

O presidente da Câmara de Loures marcou presença na concentração e saiu em defesa dos trabalhadores da antiga Triumph, empresa que agora se denomina de Têxtil Gramax Internacional.

Bernardino Soares defendeu, em declarações à agência Lusa, que devem ter "rapidamente acesso" ao subsídio de desemprego e obter a garantia de que o património da empresa não é delapidado.

"Esta situação é mais grave que há um ano. Há um ano, a nossa luta e [a] dos trabalhadores foi para que a empresa não fechasse. Entretanto, com a participação do Ministério da Economia, apareceu um investidor que garantiu que queria dar continuidade à empresa e, passado um ano, o que vemos é que foi entregue um pedido de insolvência e que estão comprometidos os 500 postos de trabalho que aqui existem", disse o autarca.