O ministro das Finanças, João Leão, revelou, esta quarta-feira, no parlamento, que o Governo decidiu rever em alta a previsão do défice para esta ano, colocando-a em 7 por cento.
Na Comissão de Orçamentos e Finanças, João Leão referiu que as medidas de alteração ao Orçamento do Estado Suplementar introduzidas durante a discussão na especialidade “conduzem a um agravamento significativo do défice orçamental em cerca de 1.400 milhões de euros”.
Assim, referiu o ministro das Finanças, “o Governo informa o Parlamento de que, em resultado destas alterações”, a estimativa do défice em 2020 vai ser agravada em 0,7%, “subindo de 6,3% para 7% do PIB”.
Dos 1.400 milhões de euros em propostas de alteração incluídas no Orçamento Suplementar, 400 milhões têm a ver com medidas de aumento da despesa e até mil milhões de euros do lado da receita.
Dedos apontados entre PS e PSD
O ministro ressalvou que, apesar de o Governo compreender estas medidas, não podia “deixar de notar” a posição do PSD.
“Não podemos deixar de notar que o líder do PSD acusou o Governo de ter tendências despesistas e alertou o país para o facto de o orçamento ser otimista”, referiu João Leão, na sua intervenção inicial.
O ministro acusou o PSD de “defender tudo e o seu contrário: acusa o Governo de ser despesista e depois aprova medidas do lado da despesa e da receita agravando o défice em 1.400 milhões de euros”.
O deputado do PSD Afonso Oliveira exigiu que o ministro das Finanças referisse quais tinham sido as propostas dos social-democratas que teriam dado origem a esta revisão em alta da estimativa do défice.
“Está a falar da proposta para os sócios-gerentes que foi aprovada com os votos de todos os partidos, até do PS? Está a falar da proposta do PCP que tem a ver com o pagamento por conta? Não é nenhuma do PSD”, afirmou Afonso Oliveira, que aconselhou João Leão a preocupar-se “com a situação do país” em vez de se dedicar a acusações à oposição.