O primeiro-ministro afirmou esta segunda-feira que o Governo tem uma "almofada de cativações adicionais" equivalente a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) que constitui uma garantia de que Portugal alcançará este ano a meta do défice.
António Costa falava no início de um almoço com empresários promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, numa intervenção longa em que se referiu à questão da eventual aplicação de sanções a Portugal.
O Governo já tinha inscrito no Programa de Estabilidade que o famoso "plano B" são as cativações adicionais para controle da despesa na aquisição de bens e serviços, como a Renascença avançou.
De acordo com o primeiro-ministro, não obstante a "confiança" do Governo nos mais recentes dados ao nível da execução orçamental, mesmo assim o executivo socialista "dispõe de uma almofada de cativações adicionais" equivalente a 0,2% do PIB, "o que constitui uma garantia de que as metas a que se propôs o Estado Português serão sempre alcançadas sem medidas adicionais e sem planos B".
O primeiro-ministro considerou urgente que instituições europeias, Banco de Portugal e Governo actuem "prontamente" para eliminar todas as "incertezas" relativamente ao sistema financeiro e aludiu a Estados-membros europeus que não estão a assumir estes problemas.
António Costa defendeu que uma das primeiras prioridades na actual conjuntura passa por "eliminar as incertezas relativamente à real situação do sistema financeiro - incertezas que vão minando a confiança no sistema e a limitar a capacidade de crescimento da economia".
"Por isso, é fundamental que Governo, Banco de Portugal e instituições europeias respondam prontamente de forma a concluir este processo e a contribuir para que todas as instituições se sintam sólidas e sejam percepcionadas pelos mercados como sólidas", declarou o líder do executivo.
António Costa disse depois que o seu Governo "está fortemente empenhado na estabilização do sistema financeiro".
"Só um sistema financeiro sólido e forte terá capacidade de financiar a economia e de transmitir à economia real as condições de política monetária únicas que têm vindo a ser proporcionadas pelo Banco Central Europeu (BCE)", sustentou.
A seguir, o primeiro-ministro deixou uma nota de preocupação em relação a Estados-membros europeus, que não identificou, e que poderão estar a não assumir a existência de problemas nos respectivos sistemas financeiros.
"O problema que existe é comum ao sistema financeiro da Europa. Só esperamos que a sua não assunção em outros Estados-membros não venha a prejudicar o conjunto da economia europeia", advertiu.