O Presidente francês afirmou esta segunda-feira, durante a sua primeira visita a Calais, no norte de França, que vai "desmantelar completa e definitivamente" o imenso campo conhecido como “A Selva”.
"O governo irá até ao fim", pois esta "situação é inaceitável", sublinhou François Hollande, garantindo que o campo será desmantelado antes do início do Inverno.
Para o chefe de Estado francês, a decisão "soberana" do Reino Unido em deixar a União Europeia não isenta Londres das suas obrigações para com França, por isso pediu aos britânicos que "façam a sua parte" na resolução do problema.
Calais, que recebe milhares de pessoas que pretendem chegar a Inglaterra, acolhe o maior campo de migrantes de França. Vivem na “Selva” entre sete mil e 10 mil migrantes.
Em Fevereiro, metade do campo foi desmantelado. Ninguém sabia ao certo quantos estão em Calais, dentre afegãos, paquistaneses, sírios e eritreus. São, sobretudo, homens jovens, mas também há famílias e crianças – muitas sozinhas, como revelou à Renascença uma funcionária de uma organização humanitária, que falou com um rapaz de 12 anos.
Já arrancaram este mês, as obras de construção de um muro, com a extensão de um quilómetro, destinado a impedir o acesso ao porto de Calais principalmente por migrantes que querem chegar ao Reino Unido. A medida faz parte de um pacote de segurança, de 20 milhões de euros, acordado entre as autoridades britânicas e francesas.
O muro, composto de painéis de betão, câmaras de vigilância e um sistema de iluminação, vai custar 2,2 milhões de euros. Esta construção deverá estar terminada até final do ano e terá flores e plantas do lado de fora, para o impacto visual na área não ser tão grande.
Camionistas e empresas de transportes queixam-se que os refugiados várias vezes atacam os camiões que vão para o Reino Unido e tentam entrar nos veículos para passarem despercebidos pelas autoridades. Já os habitantes de Calais dizem que as redes de tráfico humano são um risco à segurança.