Paulo Rangel apresentou a sua candidatura à liderança do PSD, esta sexta-feira, depois de ter oficializado no Conselho Nacional, na quinta-feira, a sua intenção de disputar o cargo.
O eurodeputado disse, numa declaração à imprensa, que se candidata "para que todos os portugueses possam subir na vida".
"Não restem em dúvidas para ninguém. O designio do PSD é de um projeto galvanizador para o país, que será sempre a mobilidade social", defendeu.
“Anuncio formalmente a todos os militantes que serei candidato à presidência do PSD nas eleições de 4 de dezembro próximo. Apresento a minha candidatura, com humildade e espírito de missão, mas com a convicção inabalável de que, com ela, sirvo o nosso país, os nossos compatriotas e o nosso partido”, afirmou, na apresentação pública à imprensa, que decorreu num hotel Lisboa.
O antigo líder parlamentar defendeu que só se candidata por considerar ter “todas as condições para unir o PSD, para promover o seu crescimento realizando a sua tradicional vocação maioritária e para vencer as eleições legislativas de 2023, com uma solução de governo estável”.
Paulo Rangel criticou a estagnação do país, apontando que "a vida dos portugueses em 2021 é quase igual à de 2001".
“Portugal é um país pobre, profundamente desigual, sem igualdade de oportunidades, onde o elevador social só funciona para pessoas com capacidades excecionais, mas não serve as cidadãs e os cidadãos médios que arrancam dos níveis mais baixos da sociedade”, acrescentou.
Na apresentação pública da sua candidatura, apenas reservada à imprensa, Rangel deixou um desafio e uma promessa.
“Nós não temos medo nem receio do PS nem de qualquer líder do PS, por mais história ou sucessos que tenha tido. Digo mais, quando for líder do partido, vou desafiar António Costa a liderar as listas do PS às eleições legislativas de 2023”, afirmou, defendendo que o PSD "não pode continuar à espera da exaustão ou da desistência de António Costa, como se ele, o PS e o seu governo fossem imbatíveis".
O antigo líder parlamentar comprometeu-se ainda a, se vencer as diretas de 04 de dezembro, bater-se pelo regresso dos debates quinzenais com o primeiro-ministro no parlamento.
“Como líder parlamentar que fui, sei bem da importância crucial dos chamados debates quinzenais. São eles que dão centralidade política e mediática ao parlamento, são eles que permitem confrontar o primeiro-ministro com as falhas e as políticas erradas”, disse, considerando “absolutamente incompreensível que a liderança atual do PSD tenha, em conivência com o PS” os tenha abolido.
Para Rangel, tratou-se “de um erro enorme para a República e a saúde da democracia, para o parlamento e para o PSD”.
“Assim que tome posse como líder do PSD, comprometo-me aqui a que a minha primeira medida será propor na Assembleia, o regresso dos debates quinzenais”, assegurou.
Paulo Rangel, eurodeputado desde 2009, vai concorrer pela segunda vez à presidência do PSD, mais de uma década depois de ter disputado a liderança e perdido para Pedro Passos Coelho.
O anúncio foi feito de madrugada, na reunião do Conselho Nacional do partido, e a apresentação pública marcada para o final da tarde num hotel de Lisboa.
Paulo Artur dos Santos Castro de Campos Rangel tem 53 anos (nasceu a 18 de fevereiro de 1968 em Vila Nova de Gaia), e iniciou a atividade política em 2001, com a redação do programa de candidatura do atual presidente do partido Rui Rio, então candidato à Câmara Municipal do Porto apoiado por PSD e CDS-PP.
Desde então, Paulo Rangel tem repartido a sua atividade profissional pela advocacia, a universidade e a política.