Governo levanta cerca sanitária em Ovar (com restrições)
17-04-2020 - 16:57
 • Renascença

População pode voltar a entrar e sair do concelho para trabalhar, mas quem tem mais de 60 anos não vai regressar, para já, ao emprego, por razões de saúde e segurança, anuncia ministro da Administração Interna. Deslocações só para trabalhar, comprar bens essenciais ou por razões de saúde.

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O Governo anunciou esta sexta-feira o levantamento da cerca sanitária em Ovar, a partir da meia-noite, "mediante a aplicação de limitações especiais". A medida estava em vigor há um mês devido à pandemia de Covid-19.

A decisão foi divulgada no final da reunião do Conselho de Ministros, pela ministra da Presidência, Maria Vieira da Silva.

“Queria salientar o reconhecimento pelo esforço que a população do concelho de Ovar demonstrou no cumprimento de regras muito estritas, que permitiram uma significativa mitigação dos efeitos da pandemia nesse município”, começou por referir, por seu lado, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

A cerca sanitária é levantada em Ovar, após avaliação da Direção-Geral da Saúde (DGS) e ouvida a autarquia, mas o Governo anuncia um conjunto de limitações.

"Não decorre daí que deixem de existir restrições a liberdades, designadamente à liberdade de circulação no município de Ovar. Aplicam-se, não só, aquelas regras que estão em vigor em todo o território nacional, mas também um conjunto de restrições que, de qualquer modo, permitirão aos cidadãos de Ovar ir trabalhar para fora do concelho", explica o ministro da Administração Interna.

A população pode sair para trabalhar noutros concelhos e pessoas de foram podem entrar para trabalhar em Ovar. Só podem regressar às empresas para trabalhar pessoas até aos 60 anos de idade, por razões de segurança.

"Aqueles que residindo fora do concelho podem reentrar em Ovar e voltar a trabalhar em empresas do concelho, mas mantendo-se aquilo que são regras muito especiais de organização da atividade industrial, limitação do trabalho para aqueles que têm mais de 60 anos, obrigação de estruturação das empresas de modo a que se garantam não só condições de higiene que previnam pandemia, mas modelos de organização da atividade laboral compatíveis com a circunstancia de nunca conviverem no mesmo espaço empresarial mais de um terço dos trabalhadores", sublinha Eduardo Cabrita.

"Não é possível ir passear a Ovar"


As forças de segurança permanecerão de forma muito ativa em Ovar, garantindo que as restrições vão ser cumpridas, por forma a vencer a batalha contra a Covid-19, frisou o governante.

"Mantêm-se restrições. Não é possível ir passear a Ovar ou comprar pão de ló, por exemplo, ou não poderemos ir às zonas balneares que existem no concelho", sublinha Eduardo Cabrita.

As deslocações são para trabalhar, por motivos de saúde ou compra de bens essenciais, salientou.

O ministro da Administração Interna faz um balanço muito positivo das últimas duas semanas do estado de emergência.

Ainda assim, as forças de segurança procederam à detenção de 177 pessoas durante as últimas duas semanas de estado de emergência, anuncia o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Um total de 41 pessoas foram detidas por violação da obrigação de confinamento, 79 por violação do dever geral de recolhimento no domicílio, 20 por violação da cerca sanitária em Ovar e 17 por violação das obrigações de encerramento de estabelecimento.

O ministro da Administração Interna revela que há 172 casos confirmados de Covid-19 entre as forças de segurança.