Refugiados ucranianos chegam a Portugal sem quaisquer garantias
28-03-2022 - 09:27
 • Olímpia Mairos

Associações de acolhimento acusam voluntários de estarem a usar quem foge da guerra para promoção pessoal.

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Há refugiados ucranianos que estão a vir para Portugal com a ajuda de voluntários, mas sem qualquer garantia de alojamento, emprego ou alimentação.

A situação é denunciada pelo Jornal de Notícias que dá a conhecer vários casos de ucranianos que são largados sem casa ou apoio.

Segundo o jornal, a situação está a atingir níveis dramáticos, ao ponto de em Medika, um dos principais pontos de entrada de refugiados na Polónia, só os transportes certificados é que estão autorizados a entrar e a transportar os refugiados para outros pontos da Europa.

O JN dá conta ainda que muitos voluntários estão a dirigir-se para a Roménia, onde a desorganização é maior e onde qualquer transporte consegue entrar.

As associações de acolhimento acusam os voluntários de estarem a usar quem foge da guerra para promoção pessoal.

Portugal já concedeu mais de 22.700 pedidos de proteção temporária a pessoas vindas da Ucrânia em consequência da situação de guerra.

De acordo com os últimos dados disponibilizados pelo SEF, até ao dia 27 de março foram concedidos 22.706 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros" que residiam naquele país. Deste total, 8.121 reportam-se a menores.

O SEF tem uma plataforma ‘online’, em três línguas, para pedidos de proteção temporária por residentes ucranianos.

A plataforma ‘SEFforUkraine.sef.pt’ “possibilita a todos os cidadãos ucranianos e seus familiares (agregado familiar), bem como a qualquer cidadão estrangeiro a residir na Ucrânia, fazer ‘online’ um pedido de proteção temporária de um ano, prorrogável por dois períodos de seis meses”, segundo o SEF.

No decorrer do processo para proteção temporária em Portugal, os cidadãos que a requeiram têm acesso aos números fiscal, de Segurança Social e do Serviço Nacional de Saúde, pelo que podem beneficiar assim destes serviços e ingressar no mercado de trabalho.

A plataforma contém ainda informação relativa aos demais aspetos de acolhimento e integração de pessoas deslocadas.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados das Nações Unidas, que alertam para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior. Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.