Os empresários de Leiria acreditam que a paragem do TGV na região, que, sabe a Renascença, está contemplada no projeto, vai ter impacto positivo na produtividade.
Em entrevista à Renascença, o presidente da Nerlei - associação empresarial da região de Leiria, António Poças, diz que “é muito mais difícil ir a trabalhar no Expresso do que no comboio”.
António Poças salienta que, no comboio, consegue “abrir o computador e trabalhar”, o que nos torna “mais produtivos”. Por outro lado, a “viagem é mais curta” e mais barata, o que significa uma poupança de custos.
O responsável da Nerlai lembra ainda “os estudantes que vão visitar a família” e os turistas que “podem sair de Lisboa de manhã, estar cá o dia todo e voltar à noite”.
“Se os turistas quiserem fazer isso agora, estão cá duas horas e têm de voltar”, adianta. "Se for na linha do Oeste, nem conseguem ir e voltar no mesmo dia”, remata.
TGV e aeroporto em paralelo
Para o representante dos empresários de Leiria, o Governo deve conciliar este projeto com o do novo aeroporto.
António Poças acredita que “haveria muita gente que deixaria de ir de carro para o aeroporto se tivesse a alternativa mais simpática do comboio”. Isso “é o que nós fazemos, quando vamos a Paris ou a Londres”, revela o empresário que explica que “na maior parte das vezes vamos para o aeroporto e apanhamos o comboio para o centro da cidade ou para outros sítios.”
"Paragem fora de Leiria, por favor"
Segundo a Renascença apurou, a paragem está apontada para o local da atual estação de Leiria, que vai ser ampliada.
Os empresários acham que o melhor seria ficar nos arredores da cidade e não na atual estação, pois o acesso facilmente fica congestionado com o tráfego e não existe no local suficiente espaço para estacionamento.
Por outro lado, acreditam que seriam menos os comboios a parar ao longo do dia, pois tal reduziria o tempo da viagem, desvirtuando assim a identidade do transporte.
Agentes imobiliários veem vantagens no TGV
Satisfeitos com a alta velocidade ficam também os agentes imobiliários.
Há oito anos no ramo, Cristina Oliveira diz que o TGV “faz falta à cidade este tipo de alternativa”. Para a agente consultora imobiliária, ele “pode ter aqui um impacto positivo” porque “as pessoas têm uma forma rápida de chegar à cidade de Leiria” e “visitar, investir”. Por isso, “acho que faz todo o sentido e vai trazer benefícios”.
Quanto ao impacto no ramo, as certezas não são muitas, dada a volatilidade dos tempos que correm, mas uma coisa é certa. Se houver procura, a cidade ainda tem muito por onde crescer.
Cristina Oliveira revela que “existem zonas na periferia, de fáceis acessos, que estão a ser construídos que acho que vão impulsionar o crescimento na parte de construção e acho que a cidade ainda tem muito por onde crescer”.
“Houve uma fase em que a construção parou, estamos numa fase em que há movimento e acho que vai continuar”. Por outro lado, “a cidade tem, na periferia e até no centro, zonas que devem ser reconstruídas”, rematou a consultora.
Há muito que os leirienses anseiam pelo TGV. O sonho está cada vez mais perto de ser concretizado.