“A consagração à Sagrada Família convida também cada um de vós a redescobrir, como pessoa e como comunidade, a vossa vocação de ser cristão no Médio Oriente, não só pedindo o justo reconhecimento dos vossos direitos como cidadãos originários dessas queridas terras, mas também vivendo a vossa missão de guardiães e testemunhas das primeiras origens apostólicas”, escreve o Papa na carta que enviou aos patriarcas católicos do Médio Oriente, que neste domingo consagram as suas comunidades à Sagrada Família.
Francisco recorda a imagem do tapete, que utilizou durante a sua viagem ao Iraque, para expressar a unidade na riqueza da diversidade que se vive naquelas regiões do mundo.
“Usei a imagem do tapete que as mãos hábeis de homens e mulheres do Médio Oriente sabem tecer, criando geometrias e imagens preciosas, fruto do entrelaçamento de numerosos fios que só estando juntos, lado a lado, se tornam numa obra-prima. Se a violência, a inveja, a divisão podem vir a rasgar um desses fios, todo o conjunto fica ferido e desfigurado”, explica.
Nesta carta, o Papa agradece o testemunho destes cristãos e a sua coragem no perseverar na fé, convidando-os “a viver a profecia da fraternidade humana”.
E pede: “sejam o sal das vossas terras, deem sabor à vida social, desejosos de contribuir para a construção do bem comum, segundo aqueles princípios da Doutrina Social da Igreja que tanto precisam de ser conhecidos”.
Também neste domingo, no final do Angelus, Francisco convidou todos a “implorar a misericórdia de Deus e a paz para aquela região” e invocou para aquelas queridas populações, “fortaleza, perseverança e coragem”.
O Papa precisa de orações
Após a habitual oração do Angelus, a partir da janela do Palácio apostólico, o Santo Padre começou por pedir que rezem por ele.
“Na proximidade da festa de Pedro e Paulo [celebrada a 29 de junho], peço-vos que rezem pelo Papa. Rezem de modo especial. O Papa precisa das vossas orações”, apelou.
A propósito das reflexões sobre o Evangelho deste domingo, Francisco afirmou que a maior doença da vida é a falta de amor.
“Qual é a maior doença da vida? O cancro, a tuberculose, a pandemia? Não. A maior delas é a falta de amor, é não poder amar. E a cura que mais importa é a dos afetos”, sublinhou.