O novo presidente do PS Madeira, Paulo Cafôfo, defendeu este sábado que o partido é a "única solução governativa" na região e acusou o Governo Regional (PSD/CDS-PP) de "assobiar para o lado" face aos "problemas reais e concretos" da população insular.
"A governação desastrosa do PSD deixou a Madeira no estado em que ela está hoje, uma região marcada pela pobreza, e isto envergonha-me, pela exclusão social e pela desigualdade", declarou, realçando que o executivo liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque "assobia para o lado" e nada faz. .
Paulo Cafôfo falava no XXI Congresso do PS/Madeira, que decorre hoje e domingo no Funchal, no âmbito da apresentação da sua Moção de Estratégia Global, intitulada "Pelas Pessoas, a Nossa Causa". .
"A Madeira não vai lá com as palavras bonitas do Governo [Regional] sobre desenvolvimento e crescimento que, espremidas, em nada se traduzem", disse, considerando que o facto de o Produto Interno Bruto (PIB) regional ter ultrapassado os 6.000 milhões de euros em 2023, o maior valor de sempre, isso não refletiu mais rendimento para as famílias. .
O líder da estrutura regional do PS, também secretário de Estado das Comunidades, disse que a riqueza na Madeira está "concentrada nas mãos de alguns", enquanto a maioria continua a ter de fazer contas à vida para chegar ao fim do mês.
"É tempo de a Madeira virar a página de uma governação presa aos interesses instalados e incapaz de trazer para a região aquilo de que ela precisa para dar o salto", declarou, reforçando ser tempo de "exigir rigor, competência e coragem política" para afirmar a região no país.
Paulo Cafôfo disse que a esmagadora maioria das famílias madeirenses enfrenta "enormes dificuldades", com baixos salários, aumento constante do custo de vida e do preço da habitação, a par de "muitas fragilidades" no acesso à saúde e sem emprego qualificado, vincando que o PS será o "motor da mudança".
"Não queremos apenas mudar o governo, queremos e vamos mudar a vida dos madeirenses e dos porto-santenses através de políticas que permitam a construção de uma sociedade mais justa, mais igual e mais inclusiva", disse, para logo acrescentar: "Transformaremos a Madeira numa região sustentável, moderna, com uma economia diversificada e pujante que valorize o trabalho, porque quem trabalha não pode estar condenado a ser pobre nesta terra".
De acordo com o novo líder socialista, a estratégia do partido coloca as pessoas no centro e assente num projeto "robusto, ambicioso e transformador".
"Não podemos é continuar a navegar à vista, ao sabor das conjunturas e dos interesses dos que gravitam à volta do partido do poder", disse, afirmando que o PS quer uma região com melhores salários e melhores rendimentos, com menos desigualdades, com emprego e oportunidades para os jovens e com qualidade de vida para todos.
Paulo Cafôfo manifestou-se, por outro lado, convicto que o partido vai obter "bons resultados" nas eleições antecipadas de 10 de março e apelou ao empenho dos militantes e simpatizantes também nas eleições autárquicas de 2025.
"Sabemos que nos esperam tempos exigentes, marcados por vários atos eleitorais, mas não tememos, nem vamos recuar perante as dificuldades", disse, para logo reforçar: "Enfrentaremos todas as batalhas com coragem e determinação, cientes de que a atual conjuntura é muito diferente daquela que existia nas últimas legislativas".
Paulo Cafôfo, que foi presidente da Câmara do Funchal (2013-2019) e conseguiu derrotar a maioria absoluta que o PSD sempre tinha detido no principal município da Madeira, regressa pela segunda vez à liderança do PS regional, tendo sido eleito 02 de dezembro de 2023, em eleições internas sem opositor.
O PS mantém o estatuto de maior partido da oposição madeirense, mas sinalizou uma pesada quebra na votação nas eleições legislativas de 24 de setembro de 2023, passando de 19 deputados em 2019 (51.207 votos - 35,76%) para 11 mandatos (28.840 votos - 21,89%), circunstância que motivou a saída do líder regional, Sérgio Gonçalves.
O XXI congresso regional socialista, que reúne cerca de 500 pessoas no Centro de Congressos da Madeira, entre delegados, militante e simpatizantes, termina no domingo com a presença do novo secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, cuja intervenção está marcada para as 12h30.