António Costa classificou o acordo saído da Cimeira Social da União Europeia, esta sexta-feira, como o “mais abrangente e ambicioso compromisso alguma vez alcançado de forma tripartida ao nível europeu”.
No discurso final, com que se encerrou a cimeira que decorreu no Porto, sob a égide da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, António Costa considerou “um marco histórico” o facto de se ter conseguido sentar à volta da mesma mesa o presidente do Conselho Europeu, a presidente da Comissão Europeia e os parceiros sociais.
O agradecimento de Costa foi dirigido de forma particular aos parceiros europeus. “Este compromisso marca o início de uma caminhada que faremos em conjunto, mas quero agradecer a todos os parceiros sociais que de uma forma franca e aberta trabalharam connosco nestes meses para podermos encontrar um compromisso em que todos nos podemos rever.”
“Todos me disseram uma mensagem muito clara. Queremos trabalhar, estamos dispostos a tentar, mas nunca nos chamaram para que nos sentássemos à mesa com as instituições, para negociar em conjunto. Deixem-nos participar na elaboração e não nos apresentem simplesmente um documento na véspera para aceitar ou rejeitar”, recordou António Costa, concluindo que “creio que correu muito bem, a vossa parte foi decisiva e graças a ela podemos ter hoje este compromisso.”
O primeiro-ministro de Portugal referiu ainda o Parlamento Europeu, a quem agradeceu por ter ultrapassado “uma certa desconfiança das instituições e do conselho em particular. “Sei bem que receava não ser devidamente tido em conta, mas acho que conseguimos provar aqui que no respeito pelas competências próprias, todas podem participar e a resolução do Parlamento europeu foi decisiva para a construção deste compromisso.”
Quanto ao compromisso propriamente dito, António Costa sublinhou o esforço para “capacitar todos os europeus para poderem ter mais e melhor emprego e participar neste processo de mudança que estamos a viver na transição climática e digital.”
Referiu ainda a necessidade de se investir na inovação e reforço das competências do tecido empresarial para aumentar o valor acrescido e de reforçar a proteção social no combate às desigualdades, à pobreza e nomeadamente a pobreza infantil e as novas desigualdades provocadas pela pandemia. “É assim que conseguiremos construir uma sociedade de maior prosperidade partilhada entre todos.”
E foi com as lições aprendidas com a pandemia que António Costa terminou, sublinhando o facto de nesta crise, ao contrário de outras, ter prevalecido a solidariedade. A Europa foi disso exemplo, considerou, na forma como lidou com as vacinas.
“A Europa pode olhar de cabeça erguida para o mundo, é a única região produtora de vacinas que não bloqueou as exportações” e, acrescentou “a região que esta a cumprir com os compromissos com a Covax”, sem esquecer os muitos países que celebraram acordos bilaterais de cedência de vacinas para países em desenvolvimento.