O presidente da comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos pondera abandonar o cargo.
José Matos Correia anunciou esta posição depois de a maioria de esquerda ter chumbado vários requerimentos do PSD e do CDS exigindo a análise das comunicações trocadas, entre o ministro das Finanças e o ex-presidente do banco público António Domingues, sobre as condições do primeiro para vir a presidir o banco público.
Tanto PSD como CDS anunciaram que estas votações eram "ilegais". A esquerda chumbou os requerimentos com o argumento de que as exigências do PSD e do CDS não se ajustavam ao âmbito da comissão.
Em declarações aos jornalistas, no final da conferência de líderes, os líderes parlamentares do PS, Carlos César, do BE, Pedro Filipe Soares, e do PCP, João Oliveira, acusaram PSD e CDS-PP de quererem utilizar a comissão de inquérito à Caixa para criar um facto político, violando a Constituição e a lei, que não permite o acesso a comunicações pessoais.
Antes do início da reunião desta quarta-feira já PS, PCP e BE rejeitavam publicamente as propostas de PSD e CDS-PP.
A comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos foi imposta potestivamente pelo PSD e CDS-PP e iniciou funções em Julho de 2017. O objectivo é analisar a gestão do banco público desde o ano 2000 e todo o processo de recapitalização.