“Pedimos ao Senhor pela atormentada Ucrânia, sofre-se lá muito. Rezemos pelos feridos, pelas crianças, pelos que morreram, rezemos para que volte a paz”, pediu esta quarta-feira o Papa no final da Audiência geral, na Praça de São Pedro.
Aos fiéis de língua árabe, Francisco também sublinhou o valor da oração, em particular o pedido de intercessão à Virgem Maria, recordando que no mês de maio, dedicado a Nossa Senhora, se reza o terço, "um compêndio de toda a história da nossa salvação". E, ainda a propósito da paz, acrescentou: “o Santo Rosário é uma arma poderosa contra o mal e um meio eficaz para obter a verdadeira paz nos nossos corações”.
Desta vez, a catequese foi totalmente dedicada a São Francisco Xavier. O Papa elogiou o zelo apostólico deste santo espanhol, considerado o maior missionário dos tempos modernos. O padroeiro das missões nasceu em Navarra, filho de famílias nobres vai estudar em Paris, onde conhece Santo Inácio de Loyola. Tornam-se grandes amigos, e Inácio ajuda Francisco a viver uma verdadeira conversão. Quando termina os estudos, parte para Roma com alguns outros amigos, coloca-se à disposição do Papa para as necessidades mais urgentes da Igreja no mundo. No início, são cerca de dez e decidem chamar-se “Companhia de Jesus”.
Estamos no século XVI, “em que os horizontes da Europa cristã se ampliam rumo aos confins do mundo então desconhecidos” recordou o Papa. “Novos continentes, descoberta de povos que ainda não ouviram falar do Evangelho de Jesus Cristo. O rei de Portugal pede ao Papa que envie alguns jesuítas para as Índias orientais; entre eles está Francisco Xavier” e, com ele, “um numeroso exército de missionários apaixonados, prontos a suportar dificuldades e perigos imensos, a chegar a terras e a encontrar povos de culturas e línguas totalmente desconhecidas, impelidos unicamente pelo fortíssimo desejo de dar a conhecer Jesus Cristo e o seu Evangelho, e assim “salvar”, conduzir tantas pessoas a Deus e ao seu verdadeiro bem.”
O Papa Francisco recordou as etapas percorridas pelo grande apóstolo. “Em Goa, na Índia, capital do Oriente português, Francisco Xavier estabelece aí a sua base, mas não permanece ali. Vai evangelizar os pescadores pobres da costa meridional da Índia, ensinando o catecismo e orações às crianças, batizando e curando os enfermos.”
Depois, o itinerário de Francisco Xavier incluiu as ilhas Molucas, no arquipélago indonésio, mais tarde o Japão e, finalmente a China, onde tenta entrar, sem sucesso, morrendo na ilha de Sanchoão, a 3 de dezembro de 1552. “Tinha quarenta e seis anos, mas os seus cabelos já estavam brancos e as suas forças consumidas, oferecidas sem reservas ao serviço do Evangelho”, recorda o Papa.
Em jeito de conclusão, Francisco incentivou os jovens a seguir os passos de Xavier: “Há tantos jovens que têm hoje uma certa inquietação e não sabem o que fazer com essa inquietação, olhem para Francesco Xavier, olhem para o horizonte do mundo, olhem para os povos tão necessitados, para tantas pessoas que sofrem, que precisam de conhecer Jesus. E partam, tenham a coragem de partir”.