O movimento político equatoriano Construye decidiu indicar Christian Zurita como candidato à presidência, por receio de que as autoridades eleitorais recusassem validar Andrea González, candidata à vice-presidência, anunciada no sábado como substituta do candidato assassinado, Fernando Villavicencio.
Christian Zurita trabalhou durante 15 anos com Villavicencio, nas investigações sobre corrupção que tornaram o candidato agora assassinado conhecido da opinião pública do Equador.
Andrea González tinha sido anunciada no sábado à noite como nova candidata do Construye às presidenciais de 20 de agosto, mas, como era anteriormente candidata a vice-presidente de Villavicencio, necessitava do aval da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
A lei equatoriana determina que "as candidaturas a cargos de eleição popular, uma vez qualificadas e registadas, não podem ser renunciadas".
"Não podíamos permitir em nenhuma circunstância que a ausência de Fernando em consequência de um crime vil e atroz pudesse significar uma derrota", afirmou Zurita uma conferência de imprensa conjunta com González, em Quito.
"As ideias de Fernando estão totalmente intactas", disse Zurita.
Mesmo com esta alteração, o movimento não vai participar no debate eleitoral televisivo que se realiza hoje à noite, tendo pedido que seja colocada uma cadeira vazia para Villavicencio, assassinado a tiro na quarta-feira, quando saía de um comício em Quito.
Andrea González, que já tinha criticado a CNE, voltou a fazê-lo, por ter sido este organismo que não permitiu que o novo candidato participe no debate.
A CNE decidiu manter a data das eleições, apesar do assassínio de um candidato.
Villavicencio, 59 anos, foi assassinado a tiro na quarta-feira, à saída de um comício numa escola no norte de Quito.
O crime já levou à detenção de seis pessoas, de nacionalidade colombiana, mas não se sabe quem ordenou o homicídio.