Rui Tavares entra no último dia de campanha motivado pelas sondagens. A confiança do coordenador do Livre é o lado positivo de uma campanha que foi discreta, mas que, para o cabeça de lista por Lisboa e rosto principal do partido, nem por isso significa que é menos conhecido do que outros candidatos.
As sondagens desta sexta-feira colocam o Livre à frente da CDU e do PAN e, por mais que Tavares diga que as sondagens valem o que valem, o coordenador do Livre mostra-se confiante num crescimento percentual acima do esperado no dia das eleições. Até mesmo acima do Chega. E continua a apostar tudo em ser a tal parte da solução, caso o Partido Socialista vença as eleições necessitando de acordos à sua esquerda.
De resto, os cenários de governabilidade em que o Livre pode fazer a diferença valeram a Rui Tavares uma polémica com o Bloco de Esquerda na primeira semana de campanha, por causa de uma declaração em que o coordenador do Livre deixou em aberto a possibilidade de dialogar com "a direita democrática".
Se o episódio colocou um partido discreto no centro da campanha, a verdade é que também acompanhou Rui Tavares praticamente até ao fim destas duas semanas, com o coordenador do Livre a ter de dizer, por várias vezes, que o diálogo com a direita está fora de questão, para efeitos de solução de Governo.
O lado menos positivo de duas semanas na estrada, para o Livre, foi o pouco contacto com a rua por oposição às iniciativas de cariz mais institucional.
Rui Tavares não conseguiu adesões numerosas nas suas ações de campanha, fruto de uma escolha cujo melhor exemplo é a, já tradicional, pedalada por Lisboa, rumo à meta da campanha.
Sem estabelecer um objetivo um bom resultado, Rui Tavares não esconde que um cenário positivo seria ter, pelo menos, mais um deputado ao seu lado no Parlamento.
Mas, nas últimas horas de campanha, o coordenador do Livre preferirá continuar a não fazer pressão demasiado alta sobre os eleitores.