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O Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) defendeu esta quarta-feira não existir "necessidade urgente" de administrar doses de reforço da vacina contra a Covid-19, dado que os fármacos aprovados na Europa são "altamente protetores" contra doença grave.
"As provas disponíveis neste momento relativamente à eficácia da vacina no "mundo real" e à duração da proteção mostram que todas as vacinas autorizadas na UE/EEE [União Europeia e Espaço Económico Europeu] são atualmente altamente protetoras contra a hospitalização relacionada com a Covid-19, doenças graves e morte, sugerindo que não há necessidade urgente de administrar doses de reforço de vacinas a indivíduos totalmente vacinados na população em geral", indica o ECDC num estudo divulgado, esta quarta-feira.
O centro europeu admite, porém, "a opção de administrar uma dose adicional de vacina a pessoas que possam ter uma resposta limitada ao ciclo primário de vacinação", o que "já deve ser considerado agora".
Aqui incluem-se "algumas categorias de indivíduos imunodeprimidos, por exemplo, recetores de transplante de órgãos sólidos", especifica a agência europeia.
"Isto deve ser visto como uma extensão do ciclo de vacinação primário para estes grupos específicos e não como um reforço. Também se poderia considerar a possibilidade de fornecer uma dose adicional como medida de precaução a indivíduos mais velhos frágeis, em particular os que vivem em ambientes fechados, por exemplo, residentes de instalações de cuidados continuados", indica ainda o estudo.
E também para estes grupos mais vulneráveis "deve ser considerada a vacinação completa contra a Covid-19 de todos os contactos familiares elegíveis e contactos próximos, incluindo profissionais que prestam cuidados", sustenta o organismo.
Na que toca à população em geral, "fornecer a todos os indivíduos elegíveis o regime de dose recomendada deve continuar a ser a prioridade atual dos programas de vacinação anticovid-19 na UE e EEE", adianta o ECDC no relatório.
Em Portugal, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu na semana passada a administração de uma terceira dose da vacina a estes dois grupos populacionais.
"A questão da terceira dose tem duas componentes: para os imunodeprimidos é uma outra oportunidade de ficarem imunizados; para as pessoas que tiveram a sua vacinação, mas porque são velhos, doentes ou terem outra condição que não os deixou duradouramente protegidos, está a ser equacionado um reforço", afirmou a responsável na altura.
Atualmente, 70% da população adulta da UE já foi inoculada com duas doses de vacina contra a Covid-19, num total de mais de 250 milhões de pessoas totalmente vacinadas.