As instituições particulares de solidariedade social de Braga estão em risco de “rutura total”. O alerta é do presidente da União Distrital das IPSS (UDIPSS) de Braga, padre José Antunes.
“Todos os dias telefonam-me”, confessa o responsável, insistindo em “são muitas” as instituições em aperto financeiro e com sustentabilidade em risco a curto prazo.
“Se não houver vontade política a nível governamental, isto pode cair numa situação de rutura total. E depois?”, questiona.
“Como ficam os nossos idosos, as pessoas com deficiência ou com demência?”, insiste.
José Antunes pede, por isso, uma reformulação dos acordos de cooperação com o Estado e dá o exemplo das consequências da subida prevista do salário mínimo nacional (SMN) na vida financeira das instituições.
“Não estamos contra o aumento do SMN, mas representa mais 11% na despesa face a 2023”, esclarece. “O que não é compensado pelo aumento das comparticipações sociais que vão entre os 6 e os 9%."
“É importante que haja esta atenção”, insiste o padre José Antunes. “Estando o Orçamento do Estado assinado e se houver vontade política, mesmo com um governo de gestão, pode-se fazer alguma coisa”, pede.
A preocupação da UDIPSS de Braga foi levada, na quarta-feira, ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“Temos a Confederação Nacional de Instituições Sociais (CNIS) que nos defende, mas isso não invalida que nós, no nosso distrito, coloquemos as nossas questões concretas a quem de direito”, justificou.
Com cerca de 300 associadas, a UDIPSS de Braga responde a 55 mil utentes. Conta com 44 mil acordos de cooperação com a Segurança Social.