O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e o chefe do Estado-Maior do Exército marcaram esta segunda-feira presença no funeral do tenente-coronel Marcelino da Mata, que morreu na passada quinta-feira.
Marcelino da Mata morreu na quinta-feira, no Hospital Amadora-Sintra, aos 80 anos, vítima de covid-19, e o funeral realizou-se hoje no cemitério de Queluz, com uma breve cerimónia religiosa celebrada pelo bispo das Forças Armadas, Rui Valério, e pelo capelão do regimento de comandos, alferes Ricardo Barbosa.
Além de Marcelo Rebelo de Sousa, marcaram presença no funeral o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Nunes da Fonseca, representantes da associação de comandos, ex-militares, muitos usando a boina vermelha dos comandos, força de elite da qual Marcelino da Mata foi um dos fundadores, e ex-paraquedistas.
Na cerimónia, transmitida em direto no Facebook pela página designada "Regimento de Comandos da Amadora", de iniciativa privada, cumpriu-se um minuto de silêncio, os ex-militares gritaram "mama sumae" (o grito dos comandos) e aplaudiram a entrada do carro funerário no cemitério, com a urna coberta pela bandeira nacional, um direito concedido aos ex-combatentes, segundo a porta-voz do Exército.
Natural da Guiné-Bissau, Marcelino da Mata foi um dos fundadores da tropa de elite "Comandos". Entre as mais de 2.000 missões de combate em que participou na Guerra Colonial contam-se as emblemáticas Operação Tridente, o resgate de mais de uma centena de militares lusos no Senegal e a Operação Mar Verde.
Após a Revolução do 25 de Abril e do fim da Guerra Colonial foi proibido de voltar ao país de origem, e exilou-se em Espanha, até ao 25 de Novembro de 1975 (que terminou com o Processo Revolucionário Em Curso).
Foi o militar mais condecorado de sempre do Exército, segundo o ramo. Em 1969, foi armado cavaleiro da "Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito", após ter subido sucessivamente de patente, desde soldado a major.
Marcelino Mata reformou-se em 1980 e foi ainda promovido a tenente-coronel em 1994. Foi ainda responsável pela segurança da Universidade Moderna, encerrada compulsivamente pelo Governo do socialista José Sócrates, assim como a cooperativa Dinensino, por falta de viabilidade económico-financeira, após vários escândalos e processos judiciais.