A direção do PSD propôs hoje que as eleições diretas para escolher o presidente do partido se realizem em 04 de dezembro, com eventual segunda volta uma semana depois, dia 11, e o Congresso entre 14 e 16 de janeiro.
Estas datas constam da convocatória enviada pela Comissão Permanente aos conselheiros nacionais, a que a Lusa teve acesso, e serão votadas no Conselho Nacional do PSD, que se reúne na quinta-feira em Lisboa.
Os conselheiros nacionais receberam, além desta proposta, uma “hipótese de cronograma”, em que as diretas se realizariam em 08 de janeiro (e, caso não existisse maioria absoluta de nenhum candidato no primeiro sufrágio, uma segunda volta no dia 15).
Neste caso, o 39.º do PSD Congresso realizar-se ia entre 4 e 6 de fevereiro, um calendário mais aproximado dos atos eleitorais de 2018 e 2020 (diretas em janeiro e reunião magna em fevereiro).
Em qualquer dos cenários, o congresso social-democrata acontecerá no Centro de Congressos de Lisboa.
Questionado pela Lusa, o secretário-geral do PSD explicou que apenas o primeiro conjunto de datas configura “uma proposta que a Comissão Política Nacional (CPN) leva ao Conselho Nacional para ser votada”.
No entanto, caso os conselheiros ‘chumbem’ a proposta, a direção já tem preparada uma hipótese alternativa, mas que, no entender da CPN, “prejudica o partido” pelo desgaste de um processo eleitoral longo a que se soma, até, um cenário hipotético de crise política e legislativas antecipadas, em caso de chumbo do Orçamento.
Se o Conselho Nacional aprovar a realização de eleições diretas para 04 de dezembro, a data limite de pagamento de quotas será a 08 de novembro (05 de novembro para pagamentos por vale postal).
O prazo para a apresentação de candidaturas será até 22 de novembro, juntamente com as moções de estratégia global e orçamentos.
Caso o Conselho Nacional venha a rejeitar esta proposta e preferir a hipótese, o cronograma distribuído prevê que o pagamento de quotas termine em 17 de dezembro e as candidaturas tenham de ser formalizadas até 20 do mesmo mês.
No regulamento distribuído, introduz-se uma novidade em relação às últimas diretas: a possibilidade de os militantes poderem votar em mobilidade (numa secção diferente daquela que integram), desde que o peçam antecipadamente.
A reunião do Conselho Nacional realiza-se na quinta-feira num hotel em Lisboa, sendo este o primeiro Conselho Nacional do PSD sob a liderança de Rui Rio, desde 2018, a realizar-se na capital, depois da vitória do social-democrata Carlos Moedas neste concelho nas autárquicas de 26 de setembro.
Até agora, ainda não há candidatos assumidos à liderança, mas é de esperar que, aberto o processo eleitoral, muito rapidamente se conheçam os protagonistas que vão disputar as décimas eleições diretas no partido.
Por um lado, aguarda-se que o presidente do partido, Rui Rio, clarifique se é ou não recandidato e que o eurodeputado Paulo Rangel, que tem dado sinais de que poderá repetir uma candidatura à liderança do partido, formalize essa intenção.
As últimas eleições diretas para eleger o presidente do PSD realizaram-se em janeiro de 2020, com uma inédita segunda volta no dia entre Rui Rio e Luís Montenegro, e o congresso entre 07 e 09 de fevereiro.
Nessa segunda volta, e com um novo regulamento de quotas que causou polémica, dos 40.628 militantes em condições de votar, fizeram-no 32.582, uma taxa de participação de cerca de 80%.