Um porta-voz da Defesa Civil Síria, os chamados “capacetes brancos”, comparou a uma “operação de extermínio” o bombardeamento, pelo regime, de Ghouta Oriental, um bastião rebelde nos arredores de Damasco.
Citado pela Associated Press, Siraj Mahmoud disse que os ataques têm atingido todo o tipo de alvos, incluindo escolas, hospitais, mercados, equipas de salvamento e zonas residenciais.
“Toda a gente sabe que é um extermínio”, disse Mahmoud, numa gravação áudio enviada a vários jornalistas.
Segundo o porta-voz, quatro membros das equipas de busca e salvamento do grupo foram mortos desde que o regime intensificou os bombardeamentos, no domingo à noite.
O Observatório Sírio para os Direitos do Homem subiu para 59 o número de mortos nas últimas 24 horas.
A organização não-governamental, com sede em Londres, refere que os ataques estão a ser coordenados entre a aviação de combate síria e russa e a artilharia de campanha das forças governamentais.
Os dados do observatório especificam que 37 dos 59 mortos são habitantes de Duma, a principal cidade de Ghouta oriental.
As outras zonas que também foram alvo dos bombardeamentos e do fogo de artilharia foram Al Iftris, Arbín, Mesraba, Hamuiya, Otaya, Saqba, Yisrin, Al Hush, Al Nashabie e Hazram.
As ações militares têm-se intensificado tendo-se registado, desde domingo, 416 mortos, entre os quais 96 menores e 61 mulheres.
De acordo com o observatório ficaram feridos 2.116 civis e, pelo menos, uma dezena de centros hospitalares foram atingidos pelos ataques de Damasco.
Na quinta-feira à noite, a Rússia, aliado do governo do Damasco, bloqueou uma resolução das Nações Unidas para estabelecer uma trégua humanitária na Síria.
Moscovo defende a ofensiva governamental contra Ghouta oriental apesar das críticas internacionais.